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Human Rights Watch acusa Israel de bloquear ajuda a Gaza, violando uma ordem judicial da ONU

Nas últimas semanas, as autoridades israelenses inclusive permitiram uma entrada ainda menor de caminhões em Gaza, disse a organização.
Human Rights Watch acusa Israel de bloquear ajuda a Gaza, violando uma ordem judicial da ONUGettyimages.ru / Dawoud Abo Alkas/Anadolu

A organização Human Rights Watch (HRW) acusou nesta segunda-feira Israel de não cumprir uma ordem vinculativa da Corte Internacional de Justiça (CIJ) das Nações Unidas (ONU) para fornecer ajuda urgente às pessoas desesperadas na Faixa de Gaza, um mês depois que uma decisão em Haia ordenou que o país judeu moderasse a sua guerra e tomasse "medidas imediatas e eficazes para permitir o fornecimento de serviços básicos e assistência humanitária".

"O Governo israelense continua a obstruir a prestação de serviços básicos e a entrada e distribuição de combustível e ajuda vital em Gaza, atos de punição coletiva que equivalem a crimes de guerra e incluem o uso da fome de civis como arma de guerra", escreveu a ONG em um comunicado.

Segundo HRW, nas últimas semanas, as autoridades israelenses inclusive permitiram uma entrada ainda menor de caminhões em Gaza e menos missões de ajuda no norte de Gaza do que nas semanas anteriores à ordem da Corte Mundial.

Citando uma queda de 30% no número médio diário de caminhões de ajuda que entram em Gaza, a organização de direitos humanos culpou Israel por bloquear a ajuda de chegar ao norte, onde o Programa Alimentar Mundial disse na semana passada que foi forçado a suspender as entregas de ajuda devido ao caos crescente no território.

"O Governo israelense simplesmente ignorou a decisão do tribunal e, de certa forma, intensificou mesmo a sua repressão", afirmou Omar Shakir, director de Israel e Palestina da Human Rights Watch.

Quase cinco meses após o início da guerra, Israel está se preparando para expandir sua operação terrestre para Rafah, a cidade mais ao sul de Gaza, ao longo da fronteira com o Egito, onde 1,4 milhão de palestinos se refugiaram em busca de segurança.

Por sua vez, o Gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse nesta segunda-feira que o Gabinete de Guerra aprovou um plano para entregar ajuda humanitária com segurança a Gaza, de uma forma que visa "prevenir os casos de saques", sem divulgar mais detalhes.

Em uma resposta preliminar a uma petição sul-africana que acusa Israel de genocídio, a CIJ ordenou, em 26 de janeiro, que Israel seguisse seis medidas provisórias, incluindo tomar "medidas imediatas e eficazes para permitir a prestação de serviços básicos e assistência humanitária urgentemente necessários", e fizesse todo o possível para evitar a morte, a destruição e qualquer ato de genocídio em Gaza.

Além disso, o país judeu deve apresentar um relatório sobre o que está fazendo para aderir às medidas no prazo de um mês.