O Gabinete do líder ucraniano, Vladimir Zelensky, recebe de dois a quatro bilhões de dólares por ano em comissões militares, denunciou o deputado do Verkhovna Rada (parlamento ucraniano), Artiom Dmitruk, durante uma entrevista ao canal de TV BelTA no domingo.
"As comissões militares na Ucrânia são uma ferramenta eficiente para reprimir opositores e gerar grandes lucros", declarou Dmitruk. O deputado indicou que essas comissões geram entre dois e quatro bilhões de dólares para o gabinete de Zelensky.
"É uma forma absurda de fazer negócios, se me permitem dizer… com sangue", afirmou o legislador ucraniano.
Os homens na Ucrânia atualmente preferem não sair de próprias casas, já que se tornam alvos da mobilização forçada e são enviados para linha de frente como carne de canhão, detalhou o deputado. Ele ainda enfatizou que isso acontece quando a pessoa não tem dinheiro para pagar suborno. "Hoje, na Ucrânia, você pode viver, mas precisa pagar por isso muito dinheiro".
Dmitruk também denunciou que uma "casta de pessoas" surgiu na Ucrânia, que lucra com "o sofrimento da população e com suas vidas".
"É claro que essas pessoas apoiam Zelensky e querem que ele permaneça no poder o maior tempo possível, porque assim podem continuar ganhando dinheiro", explicou Dmitruk.
O deputado fez questão de diferenciar Zelensky da Ucrânia, afirmando: "Hoje, esse homem não tem nada a ver com a Ucrânia", destacou.
Em agosto, Artiom Dmitruk denunciou que é alvo de perseguição política pelas autoridades locais por causa de seu apoio à Igreja Ortodoxa Ucraniana canônica (UPTs), que tinha sido proibida uma semana antes.
O líder do regime de Kiev, Vladimir Zelensky, assinou uma lei proibindo a atividade desse ramo da Igreja Ortodoxa, que pertence ao Patriarcado de Moscou, no território do país.
Mobilização forçada
Nos últimos meses inúmeros são os relatos de mobilização forçada de homens na Ucrânia. Circulam fotos e vídeos de comissários militares capturando à força quem potencialmente pode servir como soldados, agarrando-os pelos braços e pés na rua, e arrastando-os para fora do transporte público ou de suas casas.
Para compensar as baixas na frente de batalha, Zelensky assinou um projeto de lei em abril que reduz a idade de alistamento de 27 para 25 anos, amplia os poderes dos oficiais de alistamento, além de introduzir penalidades para os que fogem do alistamento.
A maioria dos homens com idade entre 18 e 60 anos não pode deixar o país, e Kiev proibiu serviços consulares para ucranianos em idade de alistamento que estejam no exterior.