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Chanceler sul-africana acusa a inteligência de Israel de intimidá-la sobre o processo de Haia

Apesar das ameaças contra ela, a ministra garantiu que o Governo sul-africano está determinado a levar adiante o caso na CIJ.
Chanceler sul-africana acusa a inteligência de Israel de intimidá-la sobre o processo de HaiaGettyimages.ru / Dursun Aydemir/Anadolu

A ministra das Relações Exteriores da África do Sul, Naledi Pandor, denunciou estar enfrentando ameaças por parte de agentes da inteligência de Israel, devido ao processo que o país africano apresentou na Corte Internacional de Justiça (CIJ) em Haia com acusações de genocídio contra a população palestina da Faixa de Gaza.

Segundo Pandor, as ameaças são realizadas através de mensagens em redes sociais, algumas das quais mencionam seus familiares, gerando preocupações quanto a sua segurança e a de seus familiares. Nesse sentido, a chanceler pediu ao Ministro da Polícia Bheki Cele que reforçasse sua segurança.

"O que mais me preocupa é a minha família, porque em algumas mensagens nas redes sociais meus filhos são mencionados", disse a chanceler durante conversa com jornalistas, citada pelo The Mail&Guardian.

"Os agentes israelenses, os serviços de inteligência, é assim que agem e procuram nos intimidar, portanto, não devemos nos deixar intimidar. Há um caso em andamento", disse Pandor, referindo-se ao processo contra Israel em Haia.

Apesar das ameaças contra ela, a ministra garantiu que o Governo sul-africano está determinado a levar adiante o caso na CIJ e que os advogados sul-africanos trabalharão nos próximos meses junto com o Ministério da Justiça para prepará-lo para a próxima rodada de argumentos perante a Corte.

"Não podemos recuar agora. Devemos estar com eles [palestinos]. E penso que uma das coisas que não devemos permitir é a falta de coragem. É extremamente importante que continuemos com isso", sublinhou.

A CIJ apresentou sua primeira decisão no final de janeiro, ordenando que Israel tomasse todas as medidas possíveis para evitar o genocídio em Gaza. Além disso, determinou que o país deve permitir a entrada de ajuda humanitária na região e, no prazo de um mês, informar ao tribunal sobre as medidas que está tomando para cumprir a decisão do tribunal.