Lavrov chefiará delegação da Rússia na cúpula do G20 no Rio
Atendendo ao pedido de Vladimir Putin, presidente da Rússia, Sergey Lavrov, ministro das Relações Exteriores do país, representará a nação na Cúpula do G20, programada para os dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro. A informação foi divulgada nesta quarta-feira pela porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova.
De acordo com a porta-voz, o ministro vai participar, durante o encontro, de ''uma série de conversas bilaterais", além de sessões plenárias dedicadas a assuntos como o combate à desigualdade e a reforma de instituições globais.
Zakharova também revelou que a Rússia deve aderir à iniciativa da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, anunciada pelo presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva.
"Esta é uma iniciativa emblemática do presidente do Brasil. Este mecanismo temporário de coalizão visa ampliar ou, melhor dizendo, prever ou encontrar soluções para os problemas do cooperação internacional na área de segurança alimentar", afirmou Zakharova.
Em setembro, em seu discurso à Assembleia Geral da ONU, Lula havia afirmado que a iniciativa seria a "um dos principais resultados da presidência brasileira do G20", e que sua adesão estava aberta a "todos os países do mundo".
''[A fome] decorre, sobretudo, de escolhas políticas, o mundo produz alimentos para erradicá-la, o que falta é criar condições de acesso ao alimento", declarou na ocasião.
"Muito contentes"
Ainda em 2023, Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores do Brasil, havia dito que ficaria "contente" caso Vladimir Putin quisesse comparecer à cúpula do G20.
A participação do mandatário foi colocada em dúvida, no entanto, em razão de um mandato de prisão expedido contra ele pelo Tribunal Penal Internacional, cuja autoridade é reconhecida pelo Brasil desde 2000. O pedido é referente a acusações de evacuar crianças da área de combates no conflito ucraniano, o que configuraria, no entendimento da corte, "sequestro".
O governo Lula chegou a apresentar à Comissão de Direito Internacional da ONU, em novembro de 2023, um documento que argumenta pela imunidade de jurisdição a chefes de Estado, mas não obteve sucesso em avançar com a agenda.