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Movimento indígena do Equador pede a Noboa mais transparência nos acordos com os EUA

Segundo a organização tais pactos serviram, no passado, "para gerar crises em conjunto com a chamada cooperação".
Movimento indígena do Equador pede a Noboa mais transparência nos acordos com os EUALegion-media.ru / Agencia Prensa-Independiente

A Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (Conaie) pediu ao presidente do país, Daniel Noboa, que torne transparentes os acordos assinados com os EUA, no âmbito do conflito armado interno declarado.

"Como povos e nacionalidades, instamos o presidente Noboa e seu Governo a tornar transparentes os acordos assinados, a extensão da interferência dos EUA nas decisões do Estado equatoriano", disse a organização em uma declaração publicada em sua conta no X.

Segundo a Conaie, as experiências na região, após a intervenção dos EUA, só serviram "para gerar crises acompanhadas de uma suposta cooperação, que ameaça a soberania e os interesses nacionais, impondo doutrinas de segurança com impacto geopolítico".

Ao mesmo tempo, a confederação denunciou que esse tipo de interferência só beneficia "as transnacionais do negócio de armas e a exploração indiscriminada e corrupta dos recursos naturais".

O texto ainda lembra que em 19 de janeiro, a comandante do Comando Sul dos EUA (Southcom), Laura Richardson, referiu-se ao interesse de Washington em manter sua presença na região.

"Por que essa região é importante? Com todos os seus ricos recursos e elementos de terras raras, temos o triângulo do lítio, que é necessário para a tecnologia atual. Sessenta por cento do lítio do mundo está no triângulo do lítio: Argentina, Bolívia e Chile", disse Richardson, que também fez alusão às "maiores reservas de petróleo", que estão na Venezuela, bem como à "Amazônia, o pulmão do mundo" e a "31% da água doce do mundo".

"Temos muito a fazer, essa região é importante. Ela tem a ver com a segurança nacional e temos que intensificar nosso jogo", acrescentou.

O presidente do Equador, Daniel Noboa, reuniu-se na segunda-feira em Quito com Richardson, e o senador Christopher Dodd, enviado especial do presidente dos EUA para as Américas. Nesse contexto a Conaie ressalta que "uma agenda de cooperação em segurança foi discutida" e, portanto, exige que os "detalhes e o escopo" dessa agenda sejam tornados públicos.