O que é o polêmico "apoio" dos EUA no Equador?
Os EUA entregarão mais de 20.000 coletes à prova de balas e mais de US$ 1 milhão em equipamentos essenciais de segurança e resposta a emergências, incluindo ambulâncias e veículos de apoio logístico de defesa, ao Equador nesta semana como parte de seu "apoio" ao país sul-americano para enfrentar a crise de violência.
Através de um comunicado da Casa Branca, Washington também anunciou que o FBI aumentará seu pessoal no Equador para apoiar a polícia e o Gabinete do Procurador Geral, enquanto o Departamento de Segurança Interna está enviando pessoal para realizar treinamento contínuo para as forças de segurança e promotores.
Os agentes norte-americanos, segundo a Casa Branca, também fornecerão mais perícia digital e outro suporte investigativo, presumivelmente para ajudar Quito a lidar com gangues, redes de tráfico de drogas e autoridades corruptas.
Também foi anunciado que eles fornecerão treinamento e assistência técnica importantes para a proteção de autoridades executivas.
A Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) também aumentará o apoio a seus programas de segurança municipal.
O anúncio foi feito depois que o assessor especial do presidente Biden para as Américas, Christopher Dodd, e a general do Comando Sul dos EUA (Southcom), Laura Richardson, se reuniram com o presidente do Equador, Daniel Noboa, e outras autoridades seniores para demonstrar o apoio dos EUA em um momento de crescente insegurança na nação sul-americana.
A reunião abordou "o compromisso com os valores democráticos e o estado de direito", de acordo com a nota, e formas de aprofundar a cooperação bilateral, inclusive em áreas como segurança, cooperação antidrogas, migração e desenvolvimento econômico.
"Caos e violência"
Com relação a essa visita de autoridades norte-americanas ao Equador, o presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, pediu na segunda-feira que Noboa não permita a presença de tropas norte-americanas no país.
De acordo com Maduro, isso só levará ao "caos e à violência" na nação andina. "Não abra as portas de seu país para o diabo. Diga-me, presidente Noboa, povo do Equador, um único país no mundo em que os EUA tenham ajudado a estabilizá-lo?", disse ele.
Nas redes sociais, enquanto alguns usuários aplaudem o "apoio" dos EUA, outros criticam e consideram que os EUA estão buscando algo mais com sua ajuda.
"Eles só ajudarão se deixarmos que explorem nossos recursos", escreveu um usuário no X, em resposta à publicação feita pela presidência equatoriana sobre a reunião de Noboa com autoridades norte-americanas.
"Alguém que possa dizer o nome de um país que os EUA tenham ajudado desinteressadamente sem exigir que eles façam contratos com suas empresas, forneçam petróleo a suas corporações, negociem apenas com eles ou concedam imunidade total a seus agentes é imprescindível", comentou ironicamente outro usuário, identificado como Patricio Carrera.