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Lavrov: Kiev sente a permissividade do Ocidente e pode até torturar norte-americanos "até a morte"

Na semana passada, soube-se que o jornalista e blogueiro chileno-americano Gonzalo Lira morreu no hospital depois de passar vários meses em uma prisão ucraniana por "desacreditar" as autoridades e as forças armadas ucranianas.
Lavrov: Kiev sente a permissividade do Ocidente e pode até torturar norte-americanos "até a morte"Legion-media.ru / Balkis Press/Abaca/Sipa USA

O Ocidente permite muitas coisas à Ucrânia, inclusive a tortura de cidadãos norte-americanos, denunciou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, nesta quinta-feira, em uma aparente referência ao jornalista e blogueiro chileno-americano Gonzalo Lira, que morreu em um hospital depois de passar vários meses em uma prisão ucraniana.

"Kiev também tem permissão para fazer tudo. Essa permissividade se manifesta em tudo o que faz. Há coisas de que os norte-americanos não gostam. Eles tentam fazer comentários sem torná-los públicos, mas, em geral, a permissividade é total", disse o ministro das Relações Exteriores em uma coletiva de imprensa sobre o equilíbrio da diplomacia russa em 2023.

"Pode até atormentar e torturar norte-americanos na prisão até a morte", enquanto o mundo inteiro permanece em silêncio, acrescentou Lavrov. Nessse contexto, observou que os EUA geralmente "reclamam" quando seus cidadãos são presos em outros países, mas nesse caso "eles não mexeram um dedo sequer".

"A permissividade é o caminho para o desastre. Isso já aconteceu nos cérebros do atual regime ucraniano. É para lá que eles estão conduzindo o país inteiro", concluiu Lavrov.

Desaparecimento e morte de Lira

Na semana passada, soube-se que Gonzalo Lira, que havia sido internado na Ucrânia, morreu aos 55 anos de idade em um hospital. Lira morava em Kharkov e escrevia em um blog sob o pseudônimo de 'CoachRedPill', mas passou a fazer comentários no YouTube após o início do conflito ucraniano. Ele foi preso pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) em maio de 2023 e acusado de "desacreditar" as autoridades ucranianas e as Forças Armadas da Ucrânia.

Ele reapareceu no final de julho com uma série de postagens no X, nas quais revelou sua tortura na prisão e as tentativas da SBU de extorquir dinheiro dele. Ele então disse que pretendia fugir para a Hungria e pedir asilo, mas depois desapareceu novamente. Mais tarde, uma fonte confirmou à RT que o jornalista havia sido capturado e preso. Desde então, não se ouviu mais falar dele.

Na última sexta-feira, seu pai informou que Lira morreu em um hospital. Por sua vez, o jornalista Alex Rubinstein compartilhou uma nota escrita por Lira que ele recebeu em 4 de janeiro.

Segundo seu conteúdo, o jornalista estava com pneumonia em ambos os pulmões, além de pneumotórax e um caso muito grave de edema. Lira disse que, embora tudo isso tenha começado em meados de outubro, a prisão o ignorou até 22 de dezembro.

Ao comentar a morte de Lira, o pai do jornalista atacou Vladimir Zelensky e Joe Biden, culpando-os por seu trágico destino. "Não posso aceitar a forma como meu filho morreu. Ele foi torturado, extorquido, mantido incomunicável por 8 meses e 11 dias e a Embaixada dos EUA não fez nada para ajudar meu filho", disse.

"O responsável por essa tragédia é o ditador Zelensky, com a concordância de um presidente americano senil, Joe Biden", disse o pai de Lira.