Notícias
Moscou sobre a morte de Gonzalo Lira na Ucrânia: EUA e Chile decidiram deixar um jornalista "incômodo" sem apoio
O jornalista e blogueiro chileno-americano, que estava preso na Ucrânia, morreu recentemente aos 55 anos de idade em um hospital.
Os Estados Unidos e o Chile decidiram deixar um jornalista "inconveniente" sem apoio, denunciou nesta segunda-feira a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, ao comentar a morte na Ucrânia do jornalista e blogueiro chileno-americano Gonzalo Lira.
"Gostaria de chamar a atenção para a situação sem precedentes em que os dois países de nacionalidade de Gonzalo Lira - os EUA e o Chile - optaram por deixá-lo sem atenção e apoio real, mesmo a partir do momento da prisão do jornalista 'inconveniente' pelo Serviço de Segurança da Ucrânia e, de fato, o entregaram para represálias", disse ela.
Além disso, Zakharova criticou o fato de que, "durante meses, as autoridades chilenas ignoraram os repetidos apelos de ativistas de direitos humanos internacionais e locais para que não abandonassem seu compatriota, transferindo o ônus da responsabilidade para o Departamento de Estado dos EUA".
"Nesse caso, onde estiveram as autoridades americanas e as organizações relevantes durante todo esse tempo que, quando lhes convém, imediatamente correm em defesa de representantes da mídia supostamente oprimidos?", perguntou o diplomata sênior.
De acordo com a porta-voz, "está claro que a recusa do jornalista em seguir a corrente dominante americana e reproduzir a visão de Washington sobre o que está acontecendo na Ucrânia não poderia ficar sem consequências, mas não tão desumanas e literalmente assassinas". "A tragédia de Lira, que tinha permissão para ter sua própria opinião, expôs mais uma vez a face do Ocidente coletivo, que fala da boca para fora sobre a liberdade de expressão e o jornalismo, mas na prática só os defende quando lhe convém", concluiu.
Morte do jornalista
Gonzalo Lira morava na cidade ucraniana de Kharkov e escrevia em seu blog sob o pseudônimo de "CoachRedPill", mas começou a postar comentários em vídeo no YouTube após o início do conflito ucraniano. Ele foi detido pelo Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) em maio de 2023 sob a acusação de "desacreditar" as autoridades e as Forças Armadas do país. "Meu crime foi fazer vídeos criticando o Ocidente e seu regime de procuração em Kiev, e como eles estão destruindo a Ucrânia", disse ele.
Ele reapareceu no final de julho com uma série de postagens no X, nas quais revelou sua tortura na prisão e as tentativas da SBU de extorquir dinheiro dele. Ele então disse que tentaria fugir para a Hungria e pedir asilo, mas depois desapareceu novamente. Mais tarde, uma fonte confirmou à RT que o jornalista havia sido preso e encarcerado. Desde então, não se ouviu mais falar dele.
Na sexta-feira passada, seu pai informou que Lira morreu em um hospital. O jornalista tinha pneumonia nos dois pulmões, além de pneumotórax e um caso muito grave de edema. Em uma carta escrita antes de sua morte, Lira disse que, embora seus problemas de saúde tenham começado em meados de outubro, a prisão o ignorou até 22 de dezembro.