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Macron tornou-se "tóxico" até mesmo para seus aliados mais próximos

O "comportamento errático" de um presidente "profundamente impopular" fez com que os candidatos de seu próprio partido optassem por não usar a imagem de Macron em seus pôsteres ou panfletos de campanha.
Macron tornou-se "tóxico" até mesmo para seus aliados mais próximosGettyimages.ru / Remon Haazen

As declarações e o "comportamento errático" do presidente da França, Emmanuel Macron, estão complicando a vida política de seus aliados mais próximos, que estão se distanciando da "marca tóxica" do presidente, noticiou a Bloomberg com referência a suas fontes entre as autoridades francesas.

Um dia depois que o líder francês dissolveu a Assembleia Nacional Francesa e convocou eleições legislativas antecipadas, após sofrer uma derrota esmagadora nas eleições para o Parlamento Europeu contra o partido nacionalista Rassemblement Nationale (RN), foi realizada uma reunião de emergência dos chefes de comunicação do Eliseu, onde discutiram como administrar um presidente "profundamente impopular", disseram à agência três pessoas que participaram da reunião.

Com base nas pesquisas de que dispunham, que mostravam o aumento da liderança do partido Encontro Nacional, eles decidiram que os candidatos do partido Renascença de Macron não deveriam se alinhar publicamente com o presidente para manter suas cadeiras, pois "temia-se que sua marca fosse tóxica".

Dessa forma, a maioria dos candidatos pró-governo não usou a imagem do presidente francês em seus pôsteres ou panfletos de campanha no período que antecedeu as eleições legislativas antecipadas a serem realizadas em 30 de junho e 7 de julho.

O meio de comunicação observa que até mesmo os aliados mais leais do presidente, incluindo figuras políticas importantes - o ministro das Finanças, Bruno Le Maire, o ministro do Interior, Gérald Darmanin, e o primeiro-ministro, Gabriel Attal - estão "mantendo distância" de Macron, que esta semana declarou em um podcast que os programas de governo do partido de direita Encontro Nacional e a coalizão de esquerda Nova Frente Popular poderiam levar a uma "guerra civil" na França.

As repetidas recusas de Macron em descartar o envio de tropas terrestres para lutar no conflito em torno da Ucrânia assustaram a sociedade francesa a tal ponto que, no mesmo podcast, o presidente teve que responder à pergunta de um cidadão francês que tinha "medo" de que a guerra se espalhasse ou até mesmo chegasse ao território francês. "Eu o entendo muito bem e acho que ele não está sozinho", respondeu o presidente, apressando-se em garantir ao homem que a França não atacará "amanhã em solo ucraniano".