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Irã: lançamentos de mísseis no Iraque e na Síria foram "punição justa" para terroristas

O Ministério das Relações Exteriores do Irã declarou que Teerã "não hesitará em exercer seu direito legítimo de recorrer à dissuasão" para defender sua segurança.
Irã: lançamentos de mísseis no Iraque e na Síria foram "punição justa" para terroristasGettyimages.ru / Karzan Mohammad Othman / Anadolu

Os ataques com mísseis balísticos iranianos no Iraque e na Síria representam uma poderosa defesa da soberania e da segurança nacionais e fazem parte da "punição justa" de Teerã contra os "invasores da segurança" do país, disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanaani, na terça-feira.

"A República Islâmica do Irã sempre apoiou a paz, a estabilidade e a segurança na região e adere à soberania e à integridade territorial dos países, mas, ao mesmo tempo, não hesitará em exercer seu direito legítimo de recorrer a recursos de dissuasão [...] para defender a segurança de seus cidadãos e punir criminosos", afirmou o diplomata.

O porta-voz observou que "enquanto o inimigo estava cometendo crimes contra o Governo e a nação iraniana", seu país respondeu realizando uma operação para identificar a sede dos "criminosos". "O terrorismo é uma ameaça", disse ele, acrescentando que Teerã está determinado a combater o terrorismo por meio de cooperação regional e internacional conjunta.

O que aconteceu?

Na noite de terça-feira, a cidade de Erbil, capital do Curdistão iraquiano, bem como áreas em território sírio, foram alvos de ataques com mísseis balísticos da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sua sigla em inglês), que anunciou a destruição de várias "sedes de espionagem e concentrações de grupos terroristas" na região.

Um dos alvos atingidos em Erbil foi a sede de uma agência de inteligência israelense, de acordo com Teerã. A ofensiva contra a cidade, que deixou pelo menos quatro mortos e seis feridos, foi realizada em retaliação aos recentes assassinatos de comandantes da "frente de resistência", inclusive da Guarda Revolucionária, que foram atribuídos aos israelenses.

Na mesma noite, também foram registradas explosões em Aleppo, no norte da Síria, após as quais o IRGC afirmou ter atacado instalações da organização terrorista Estado Islâmico em resposta a um recente ataque na cidade iraniana de Kerman, que deixou dezenas de mortos.

"Não fique em silêncio"

O primeiro-ministro do Curdistão iraquiano, Masrour Barzani, comentou em suas contas de mídia social sobre os ataques e pediu ao governo federal em Bagdá que "tome uma posição de princípio contra a violação flagrante da soberania do país". "Também peço aos nossos parceiros da comunidade internacional que não permaneçam em silêncio diante dos repetidos ataques contra o povo do Curdistão", escreveu ele.

Por sua vez, o Ministério das Relações Exteriores do Iraque denunciou "a agressão iraniana contra a cidade de Erbil" e prometeu tomar todas as medidas legais a esse respeito, incluindo a apresentação de uma queixa ao Conselho de Segurança da ONU. Ele também convocou o encarregado de negócios iraniano em Bagdá para entregar uma nota de protesto.

O Departamento de Estado dos EUA também condenou os ataques, dizendo que eles "prejudicam a estabilidade do Iraque".