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Os salários na Argentina perderam quase 24% de seu poder de compra em quatro meses

Em fevereiro, os salários médios ficaram novamente abaixo do nível de pobreza.
Os salários na Argentina perderam quase 24% de seu poder de compra em quatro mesesGettyimages.ru / Marcelo Endelli

A queda no poder de compra dos salários na Argentina se acelerou nos últimos meses, com um retrocesso de 23,9% entre novembro e fevereiro. Além disso, no segundo mês do ano, os salários ficaram mais uma vez abaixo da cesta familiar de bens que marca o índice de pobreza.

Desde a chegada de Javier Milei ao Governo em 10 de dezembro de 2023, a perda de poder aquisitivo se intensificou, impulsionada por uma inflação de 71%, começando com 25,5% em dezembro.

Nesse contexto, em fevereiro, o médio de aumento dos salários foi de 11,5%, de acordo com os dados da Remuneração Tributável dos Trabalhadores Estáveis (Ripte), em comparação com uma taxa de inflação de 13,2%informaram as mídias locais na quinta-feira. 

Foi informado que o salário médio era de 619.007,05 pesos (quase 700 dólares, segundo a taxa de câmbio oficial), enquanto uma família de dois adultos e duas crianças precisava de 690.907,57 pesos (cerca de 781 dólares), sem contar o aluguel de uma casa, para não ser considerada pobre.

Já durante o ano passado, os salários perderam diante a inflação. O salário médio encerrou dezembro em 484.298,40 pesos (cerca de 547 dólares atuais), o que representou um aumento de 149,4% em relação ao ano anterior. Entretanto, o Índice de Preços ao Consumidor encerrou 2023 com um acumulado anual de 211,4%. A diferença, de acordo com as mídias especializadas, marcou uma perda de poder de compra de 20%.

Números de março

Nesta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatística e Censo da Argentina (Indec) publicará a inflação de março, que o Governo antecipou que mostraria uma queda em relação aos 13,2% de fevereiro.

No final de março, o ministro da Economia, Luis Caputo, disse em uma entrevista que a desaceleração do aumento de preços ocorreria "mais rapidamente do que muitos acreditam".

"De fato, isso já aconteceu, só que o índice não reflete isso. A inflação já está em níveis de um dígito em geral. Em alimentos, na terceira semana de março, se estabilizaram. Estou mais otimista, porque já corrigimos a maioria dos preços relativos", detalhou. 

Em outra entrevista, nos primeiros dias de março, afirmou que o aumento dos preços seria de "cerca de 10%". "Acho que as coisas estão definitivamente muito melhor do que o previsto", insistiu.

Por sua vez, as medições dos consultores privados sobre o índice de preços do mês passado mostram variações, situando-o entre 10,6% e 13,1%.