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Milei propõe a lavagem de dólares e afirma que não se importa com a origem do dinheiro

Presidente argentino argumentou que para ele algumas coisas "não são crime".
Milei propõe a lavagem de dólares e afirma que não se importa com a origem do dinheiroGettyimages.ru / Tomas Cuesta

O presidente da Argentina, Javier Milei, deu uma entrevista de rádio, na qual falou sobre a necessidade de adicionar dólares ao sistema econômico do país e não descartou a promoção da lavagem de dinheiro flexível quanto ao questionamento sobre a origem do dinheiro.

"Não dou a mínima para a origem dos dólares", afirmou o mandatário, justificando a necessidade de colocá-los no sistema. "Pega seus dólares e paga com seus dólares. Então, o que acontece é que haverá uma quantidade fixa de pesos e mais dólares. Então a economia cresce", explicou.

Perguntado sobre onde as pessoas obterão a moeda norte-americana, detalhou: "De onde queiram, de onde tenha dólares, de onde os tenha guardados. Precisa fazer uma transação, não tem pesos, pega os dólares e paga em dólares. Qual é o problema?".

Nesse contexto, e apesar de ter sido questionado sobre as possíveis consequências criminais para aqueles que usam dólares não declarados, Milei garantiu que "algumas coisas terão de ser mudadas" e deslizou que poderia haver lavagem de capitais.

"Algumas coisas que os políticos definem como crimes não são crimes para mim. No entanto, emitir dinheiro é um crime", sublinhou, acrescentando que se uma pessoa quiser usar 50 milhões de dólares, "eu não dou a mínima". "Dê a eles condições muito flexíveis para que possam fazer a lavagem", concluiu.

A lavagem de capital foi incluída no capítulo fiscal da chamada  'Lei Ônibus' que foi rejeitada pelo Congresso. A iniciativa buscava regularizar até 100.000 dólares em dinheiro, imóveis ou criptomoedas sem pagar impostos. No novo projeto de lei, esse capítulo foi excluído e será tratado separadamente.