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Lula reitera a Macron a posição "inabalável" do Brasil no diálogo e defesa da paz
Presidente brasileiro criticou mais uma vez a "paralisia alarmante e inexplicável" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) diante das crises na Faixa de Gaza e na Ucrânia.
O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ter reforçado a posição "inabalável" do Brasil no diálogo e defesa da paz a seu homólogo francês, Emmanuel Macron.
"Reiterei ao companheiro Macron a crença inabalável do Brasil no diálogo e defesa da paz", disse Lula durante uma coletiva de imprensa depois de assinarem atos no Palácio do Planalto.
Ao ser questionado sobre o fato de Macron não descartar a possibilidade de enviar tropas para a Ucrânia, Lula destacou que sua preocupação é a luta contra a desigualdade e "construir algo mais positivo para 203 milhões de brasileiros".
"Estou a tantos mil quilômetros de distância da Ucrânia que não sou obrigado a ter o mesmo nervosismo que tem o povo francês, que está mais próximo, o povo alemão, o povo europeu", disse Lula ao lado de Macron.
Nesse contexto, reiterou seu compromisso pela paz. "Nós nos colocamos contra a guerra e resolvemos não tomar lado porque nós queremos criar condições de encontrar um jeito de voltar a mesa de negociação", enfatizando que a paz sera a "única solução".
"Paralisia alarmante e inexplicável"
Ao mesmo tempo, Lula criticou, mais uma vez, a "paralisia alarmante e inexplicável" do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) diante das crises na Faixa de Gaza e na Ucrânia, afirmando que seguirá trabalhando para que a América Latina seja uma região sem conflitos.
"As teses que questionam a obrigatoriedade do cumprimento da recente determinação de cessar-fogo em Gaza durante o mês do Ramadã corroem, mais uma vez, a autoridade do Conselho. Falar em um mundo baseado em regras que não são multilateralmente acordadas significa retroceder séculos e voltar à lei do mais forte", disse.
O mandatário brasileiro reiterou a postura do país sul-americano contra qualquer manifestação de antissemitismo e islamofobia. "Meu Governo seguirá trabalhando com afinco para que a América Latina e Caribe continuem sendo uma zona sem conflitos, onde prevaleça o diálogo e o direito internacional", enfatizou.
"Ponte entre o Sul Global e o mundo desenvolvido"
Por outro lado, ao mencionar os 20 acordos assinados entre ambos países, Lula destacou que a "amplitude dos laços de cooperação e amizade" entre os dois países representa uma "ponte entre o Sul Global e o mundo desenvolvido, em favor da superação de desigualdades estruturais e de um planeta mais sustentável".
Segundo o mandatário brasileiro, França e Brasil são as potências mais próximas uma da outra, "decididos a trabalhar juntos para promover, pelo debate democrático, uma visão compartilhada de mundo".