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"Inserção internacional robusta": Lula defende integração regional com países do Caribe

Presidente defendeu uma reforma nas instituições globais, destacando a necessidade de maior representatividade para os países em desenvolvimento.
"Inserção internacional robusta": Lula defende integração regional com países do CaribePlanalto

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, destacou nesta quarta-feira a importância da união entre os países da América Latina, Caribe e África, e reiterou o compromisso de Brasília em priorizar as relações com países da região.

"Por muitos anos, acreditávamos que nossas relações deveriam ser apenas com os países que nos colonizaram ou os países ricos. Por muito tempo, o Brasil se virou de costas para outras regiões, como o Caribe, a América Latina e a África", disse Lula durante a Conferência de Chefes de Governo da Comunidade do Caribe (Caricom), realizada em Georgetown, na Guiana.

Nesse sentido, o mandatário expressou que o Brasil "voltou a olhar para seu entorno, ciente de que somente juntos lograremos uma inserção internacional robusta".

"Em 2003, nós tomamos uma decisão de priorizar a nossa relação com os países da América do Sul, da América Latina, países que fazem parte da CARICOM e o continente africano", lembrou, destacando que a "similaridade" dos países "ajuda muito mais do que ficar na dependência dos colonizadores". 

Fome e crise climática

Lula também também abordou questões prementes que atingem o Caribe, como a insegurança alimentar e os efeitos das mudanças climáticas, que têm impactos graves em países insulares e tropicais.

Nesse sentido, Lula cobrou que os países ricos, os que mais poluíram o planeta ao longo dos últimos séculos, até o momento não cumpriram a promessa de financiar a transição ecológica e para adaptação das nações mais pobres.

"Não é possível que os países ricos, principais responsáveis pela crise climática, continuem descumprindo o compromisso de destinar US$ 100 bilhões anuais aos países em desenvolvimento, para o enfrentamento da mudança do clima. Não é possível que o mundo gaste por ano US$ 2,2 trilhões em armas".

Ao mesmo tempo, o líder brasileiro criticou a preferencia dos países ricos em financiar armamentos militar "em vez de investimentos no combate à fome", citando o conflito na Ucrânia, que segundo ele, "encarece os preços dos alimentos e dos fertilizantes", e o conflito na Faixa de Gaza.

"Um genocídio na Faixa de Gaza afeta toda a humanidade, porque questiona o nosso próprio senso de humanidade. E confirma uma vez mais a opção preferencial pelos gastos militares, em vez de investimentos no combate à fome; na Palestina, na África, na América do Sul ou no Caribe", lamentou.

Cooperação entre o Brasil e a Caricom

O líder brasileiro enfatizou a importância de investir em laços mais estreitos entre o Brasil a Caricom na defesa de uma governança global mais justa, e prometeu abrir rotas de conexão para ampliar a parceria.

"Brasil e CARICOM estão lado a lado também na defesa de uma governança global mais justa. Não é mera coincidência que, nas votações da Assembleia Geral da ONU, a convergência entre nós chegue a 80%", disse.

O presidente também defendeu uma reforma nas instituições globais de poder, destacando a necessidade de maior representatividade para os países em desenvolvimento.