
Trump suspende apoio ao Brasil no combate a incêndios

A suspensão do financiamento para o combate a incêndios florestais no Brasil pela Agência para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos (USAID) pode prejudicar a capacitação de profissionais brasileiros na prevenção desse tipo de ocorrência. A informação foi divulgada pelo portal Poder360 na terça-feira (11).
"A paralisação das atividades da USAID não gera impacto direto no combate aos incêndios florestais no Brasil. O prejuízo envolve aspectos técnicos, em virtude da interrupção de algumas ações que poderiam contribuir para a reestruturação das instituições brasileiras, particularmente em termos de capacitação de profissionais", afirmou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

O Ibama, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) integram uma parceria entre a Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e a USAID.
O programa conduzido no Brasil é responsável pelo treinamento de profissionais que atuam no enfrentamento de incêndios florestais.
Em janeiro, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, suspendeu por 90 dias a ajuda externa do país para avaliar sua eficácia e alinhamento com a política externa de Washington.
Muitos dos programas afetados eram administrados pela USAID, agência que distribui bilhões de dólares anualmente para iniciativas de desenvolvimento humanitário vinculadas aos interesses dos EUA no exterior.
A USAID é uma agência autônoma do governo dos Estados Unidos, criada em 1961 sob alegação de prestar assistência a outros países.
Acusações contra a USAID
A USAID já foi acusada diversas vezes de manter vínculos com serviços de inteligência. Cientistas políticos, inclusive norte-americanos, afirmam que funcionários da CIA e da USAID estiveram envolvidos em golpes e tentativas de golpe na América Latina nas últimas décadas.
De acordo com essas acusações, a agência teria fornecido treinamento, financiamento e apoio político e técnico a líderes da oposição. Também teria colaborado na modernização de órgãos de segurança para oferecer suporte armado a grupos opositores em momentos de crise.
O bilionário Elon Musk acusou a USAID de financiar pesquisas sobre armas biológicas, incluindo um suposto laboratório ligado à disseminação da Covid-19. Ele classificou a agência como uma "organização criminosa" e sugeriu que teria ligações com operações da CIA.
Musk não apresentou provas, mas respondeu a uma publicação que afirmava que "o engano da CIA sobre as origens da Covid-19 fica mais evidente quando se considera o longo histórico da USAID como uma organização de fachada da agência de inteligência".