Notícias

Snowden critica o "ultrajante 'julgamento'" de Julian Assange em Londres

A audiência sobre a possível entrega de Assange aos EUA será realizada em 20 e 21 de fevereiro no Tribunal Superior de Londres.
Snowden critica o "ultrajante 'julgamento'" de Julian Assange em LondresGettyimages.ru / Martin Pope

O ex-analista da Agência de Segurança Nacional dos EUA e da CIA Edward Snowden, que vive em asilo na Rússia desde 2013, quando expôs a espionagem digital maciça de Washington sobre seus cidadãos, condenou nesta terça-feira os "intermináveis processos judiciais" que estão sendo realizados em Londres para extraditar o fundador do WikiLeaks, Julian Assange, para os EUA.

"A parte ultrajante do 'julgamento' de anos do Reino Unido para condenar Julian Assange a morrer em um calabouço norte-americano é que a vítima de seu 'crime' (jornalismo) é um Estado e não uma pessoa, a definição de crime político, que o tratado de extradição entre os EUA e o Reino Unido proíbe explicitamente", escreveu Snowden nas redes sociais.

O ativista australiano é procurado pelas autoridades dos EUA por 18 acusações relacionadas à publicação pelo WikiLeaks de grandes quantidades de arquivos militares confidenciais dos EUA e cabos diplomáticos.

A audiência sobre a possível entrega de Assange aos EUA será realizada em 20 e 21 de fevereiro no Tribunal Superior de Londres. Se extraditado, o fundador do WikiLeaks poderia ser condenado até 175 anos de prisão por ter denunciado crimes de guerra dos EUA.

Um tribunal inicialmente rejeitou o pedido de extradição, argumentando que Assange poderia cometer suicídio ou ser submetido a tratamento desumano nos EUA. No entanto, Washington recorreu com sucesso da decisão e ofereceu garantias a Londres de que os direitos do réu seriam respeitados.