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'Silêncio total': Lavrov denuncia incógnitas em torno de Bucha

O chanceler russo afirma que ninguém foi capaz de oferecer uma resposta sobre "os nomes das pessoas cujos corpos apareceram na transmissão da BBC".
'Silêncio total': Lavrov denuncia incógnitas em torno de BuchaGettyimages.ru / Chris McGrath

A questão sobre o que aconteceu na cidade ucraniana de Bucha em março de 2022, quando foram divulgadas imagens de corpos estendidos nas ruas da cidade, alguns com as mãos amarradas, não é de interesse real para ninguém, "nem para políticos nem para funcionários da ONU", questionou o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, durante uma entrevista com o jornalista norte-americano Tucker Carlson.

Comentando sobre as razões para o congelamento das negociações entre Rússia e Ucrânia, que começaram em março de 2022 em Istambul, Lavrov disse que alguns sugerem que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, travou um possível acordo por causa do suposto "massacre de Bucha". Pouco tempo depois, no entanto, Kiev parou de falar sobre o evento.

A esse respeito, o ministro enfatizou que, em várias ocasiões, levantou a questão sobre o que realmente teria acontecido em Bucha, pois "era estranho" que todos no Conselho de Segurança da ONU estivessem em silêncio sobre o ocorrido.

"Todos vocês falaram alto quando a equipe da BBC estava na rua onde os corpos foram encontrados. Eu perguntei: 'Vocês podem descobrir os nomes das pessoas cujos corpos foram mostrados na transmissão da BBC?' Um silêncio total [em resposta]", denunciou Lavrov, acrescentando que nem mesmo o secretário-geral da ONU, António Guterres, foi capaz de responder a ele.

Além disso, Lavrov lembrou que, em setembro do ano passado, ele se dirigiu a todos os representantes da imprensa: "Vocês são jornalistas. Vocês podem não ser jornalistas investigativos, mas os jornalistas geralmente estão interessados em saber a verdade".

No entanto, ele ressaltou que as notícias sobre Bucha que costumavam estar entre as mais importantes, não interessam a ninguém, nem mesmo à mídia. "Quando falei com eles (jornalistas) em setembro, pedi-lhes, como profissionais, que descobrissem os nomes das pessoas cujos corpos teriam sido encontrados em Bucha. Não houve resposta", enfatizou o político.