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Casa Branca: Biden lidera esforços diplomáticos com a Rússia sobre potencial ameaça à segurança nacional dos EUA

A suposta ameaça refere-se à capacidade antissatélite desenvolvida pela Rússia, disse o porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby.
Casa Branca: Biden lidera esforços diplomáticos com a Rússia sobre potencial ameaça à segurança nacional dos EUAGettyimages.ru / Anna Moneymaker

O porta-voz do Conselho de Segurança da Casa Branca, John Kirby, afirmou que o presidente dos EUA, Joe Biden, está tomando medidas em relação a uma possível nova ameaça à segurança nacional, à luz de relatos sobre as capacidades espaciais militares recém-desenvolvidas da Rússia.

Durante uma coletiva de imprensa, Kirby reconheceu que está sujeito a limitações para "compartilhar a natureza específica da ameaça", no entanto, confirmou que a ameaça "tem a ver com as capacidades antissatélite que a Rússia está desenvolvendo".

"Em primeiro lugar, não se trata de uma capacidade ativa que tenha sido implantada e, embora os esforços russos para obter essa capacidade específica sejam alarmantes, não há ameaça imediata à segurança de nenhum de nós", esclareceu.

"Não estamos falando de uma arma que possa ser usada para atacar seres humanos ou causar destruição física aqui na Terra. Temos monitorado essa atividade russa de perto e continuaremos a levá-la a sério", disse Kirby.

Em particular, o porta-voz-voz assegurou que o presidente Biden tem sido informado sobre isso pelas agências de inteligência dos EUA de forma completa e regular. 

"Ele liderou uma série de ações iniciais, incluindo reuniões com líderes do Congresso, esforços diplomáticos com a Rússia, bem como com nossos aliados e parceiros e outros países ao redor do mundo que têm interesses em jogo", disse o porta-voz.

O Governo compartilha a preocupação da comunidade de inteligência com relação à ampla desclassificação de tais informações, na medida em que uma abordagem que começa com "contatos privados" em vez de "tornar essas informações públicas" seria "mais eficaz", disse o porta-voz, enfatizando que tais informações devem ser tratadas "estrategicamente", "particularmente quando se referem à Rússia".

Os comentários foram feitos depois que o presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, Mike Turner, emitiu na quarta-feira um alerta nas mídias sociais sobre "uma grave ameaça à segurança nacional" e pediu ao presidente Biden que desclassificasse as informações. 

A esse respeito, a mídia local começou a espalhar rumores sobre o que é essa "ameaça". Em particular, a CNN e a ABC News, citando "fontes familiarizadas com o assunto", informaram que os EUA supostamente têm novas informações sobre as capacidades militares russas relacionadas aos seus esforços para implantar um sistema nuclear antissatélite no espaço.

Questionado sobre isso em uma coletiva de imprensa no final do dia, Jake Sullivan prometeu se reunir com líderes do Congresso na quinta-feira para tratar do assunto e "determinar como agir em seguida".

Comentando sobre as preocupações de Washington, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, explicou em uma coletiva de imprensa na quinta-feira que as declarações sobre a suposta ameaça à segurança nacional dos EUA têm o objetivo de instar o Congresso a aprovar um projeto de lei para ajudar a Ucrânia.

"A Casa Branca está tentando pressionar o Congresso"

"Vamos aguardar o relatório [do conselheiro de segurança nacional dos EUA, Jake Sullivan] para saber se haverá alguma informação. Mas é claro que a Casa Branca está tentando, com ou sem razão, pressionar o Congresso a votar o projeto de lei de apropriações, isso é óbvio. Veremos quais truques a Casa Branca usará", disse Peskov.

Questionado no briefing de quinta-feira sobre essas considerações, Kirby as descartou como "bobagem".

  • As declarações sobre "uma séria ameaça" ocorrem após meses de intenso debate sobre o financiamento que Washington pretende dar a Kiev e em meio às crescentes divisões políticas entre democratas e republicanos sobre a questão. 
  • O Senado dos EUA, de maioria democrata, aprovou na terça-feira um projeto de lei de US$ 95 bilhões que inclui assistência para a Ucrânia, Israel e Taiwan, e enviou a medida para a Câmara dos Deputados, de maioria republicana. No entanto, o projeto de lei tem um futuro incerto devido às diferenças entre os dois partidos.
  • Moscou alertou repetidamente o Ocidente sobre os satélites que usa para apoiar as operações militares ucranianas no conflito, dizendo que eles poderiam se tornar "alvos legítimos para a Rússia".
  • O país denunciou que "mais de 400 satélites de países da OTAN estão trabalhando contra a Rússia, dos quais 70 são militares 'de jure' e os demais são comerciais".