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"Coisa jamais vista em qualquer guerra": Lula critica ataques de Israel à população de Gaza

O mandatário brasilerio chamou a atenção para o fato de que "Israel tem a primazia de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas".
"Coisa jamais vista em qualquer guerra": Lula critica ataques de Israel à população de GazaGettyimages.ru / Ton Molina/NurPhoto

O presidente do Brasil, Luiz Inácio da Silva, criticou nesta quinta-feira o comportamento de Israel nos ataques à população da Faixa de Gaza.

"O Brasil foi um país que condenou de forma veemente a posição do Hamas no ataque a Israel e no sequestro de centenas de pessoas. E nós condenamos e chamamos o ato de ato terrorista. Mas não tem nenhuma explicação o comportamento de Israel, a pretexto de derrotar o Hamas, de estar matando mulheres e crianças, coisa jamais vista em qualquer guerra", disse o mandatário em declaração à imprensa após encontro com o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi.

Lula ainda defendeu uma nova política nos organismos multilaterais e a reforma do Conselho de Segurança da ONU, com a participação de países da África e América Latina.

"O Brasil está empenhado, e esperamos contar com o apoio do Egito, para que possamos fazer as mudanças necessárias nos órgãos de governança global. É preciso que o Conselho de Segurança da ONU tenha outros países participando. Outros países da África, da América Latina. É preciso que tenha uma nova geopolítica na ONU", declarou Lula, destacando a necessidade de "acabar com o direito de veto dos países".

"É preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas, e não atores que fomentam as guerras", afirmou.

Segundo o presidente brasileiro, "a única coisa que se pode fazer é pedir paz pela imprensa" e chamou a atenção para o fato de que "Israel tem a primazia de não cumprir nenhuma decisão emanada da direção das Nações Unidas".

Nesse sentido, o mandatário fez um apelo urgente para "estabelecer um cessar-fogo definitivo que permita a prestação de ajuda humanitária sustentável e desimpedida, a imediata e incondicional liberação dos reféns".

"O Brasil se manifestou em apoio a um processo instaurado na Corte Internacional de Justiça pela África do Sul. Não haverá paz sem um Estado palestino convivendo lado a lado com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas internacionalmente reconhecidas", disse.