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"Eles farão o que for preciso para manter seus privilégios": Milei ataca os governadores por causa da 'Lei Ônibus'

"O Governo não precisa da lei. Os argentinos que precisam dela. E nós a obteremos, mais cedo ou mais tarde", declarou o presidente argentino.
"Eles farão o que for preciso para manter seus privilégios": Milei ataca os governadores por causa da 'Lei Ônibus'AP / Natacha Pisarenko

O presidente da Argentina, Javier Milei, afirmou na sexta-feira que, apesar do revés sofrido com a "Lei Ônibus" na Câmara dos Deputados, mais cedo ou mais tarde ele conseguirá promulgá-la porque "os argentinos precisam dela".

Em uma longa mensagem em sua conta oficial no X, ele destacou que na Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos, que não avançou no Congresso e foi enviada de volta à comissão, "nosso projeto para o país está refletido".

A lei foi aprovada em votação geral na sexta-feira com 144 votos a favor, 109 contra e nenhuma abstenção, em meio a protestos fora do Congresso em Buenos Aires, que terminaram com dezenas de manifestantes e jornalistas feridos com balas de borracha.

"O Governo não precisa da lei. Os argentinos que precisam dela. E nós vamos conseguir, mais cedo ou mais tarde. Porque a vontade de algumas pessoas convictas é mais poderosa do que a de muitos sem princípios ou moral", disse ele.

Milei, que contemplou a possibilidade de convocar um plebiscito sobre a questão depois de ordenar que ela não fosse retomada no Congresso, não esclareceu qual será seu próximo passo em relação à "Lei Ônibus", assim chamada porque reformou quase todas as camadas do Estado argentino.

Novo ataque aos governadores

Em sua mensagem, o presidente voltou a atacar os governadores e um setor político, possivelmente a oposição "dialoguista", como são conhecidos na Argentina os legisladores que incentivam as negociações com o Governo.

"O que aconteceu no Congresso representa perfeitamente o problema que estamos enfrentando. Um grupo de políticos que fará o impossível para manter seus privilégios. A casta", disse ele.

Milei, que chegou a Roma neste dia para se encontrar com o Papa Francisco, insistiu que foi eleito para "mudar" a nação latino-americana e não para "fazer pactos espúrios contra os interesses dos argentinos".

Com uma minoria no Congresso bipartidário, o partido governista La Libertad Avanza é obrigado a estabelecer acordos com as diferentes bancadas. "Não nos importamos em pagar o custo político", disse o grupo, compartilhando a mensagem de Milei.

"Há muitos anos, na Argentina, há um grupo de políticos que dizem representar a moderação, o diálogo, o consenso e o bom senso, mas tudo o que fazem é garantir o 'status quo' em troca de negócios pessoais", disse o chefe de Estado.