Anna Skorokhod, deputada do Parlamento ucraniano, Verkhovna Rada, afirmou na terça-feira que o número de deserções entre as tropas ucranianas ultrapassa 100 mil.
Em uma participação na televisão local, a deputada foi questionada sobre o total de soldados que desertaram. "Não vou fornecer números exatos, mas posso dizer que são mais de 100 mil", respondeu, sem especificar o período em que esse número foi contabilizado.
O presidente da Suprema Corte da Ucrânia, Stanislav Kravchenko, também relatou um aumento significativo nas deserções.
"Ainda não analisamos totalmente os dados e não posso fornecer números precisos, mas há uma tendência significativa de aumento na deserção sem autorização das unidades militares", disse ele em coletiva de imprensa, conforme reportado pela mídia local.
Planos de mobilização
Diante da alta taxa de deserção e das pesadas baixas no campo de batalha, as autoridades ucranianas estão intensificando a campanha de alistamento.
O Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia estabeleceu uma meta de recrutar 160 mil novos soldados. “Um total de 1.000.050 pessoas foram recrutadas para as Forças de Defesa. A meta é recrutar mais de 160 mil”, disse o secretário do Conselho, Alexander Litvinenko, citado pelo deputado Alexey Goncharenko.
Segundo Goncharenko, isso possibilitará preencher até 85% do quadro de pessoal das unidades militares.
- Nos últimos meses, houve relatos constantes de mobilização forçada no país. A internet está repleta de imagens mostrando comissários militares recrutando homens à força, puxando-os pelos braços e pernas nas ruas, retirando-os do transporte público ou até mesmo de dentro de suas casas.
- Em abril, o líder do regime ucraniano, Vladimir Zelensky, reduziu a idade mínima para alistamento, de 27 para 25 anos, ao mesmo tempo em que ampliou os poderes dos oficiais de alistamento e estabeleceu novas penalidades para aqueles que tentassem evitar o recrutamento, por meio de uma nova lei de mobilização.