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Netanyahu pede que a ONU acabe com a UNRWA e a substitua por outras agências

O primeiro-ministro ainda enfatizou que "é hora de a comunidade internacional e a própria ONU entenderem que a missão da UNRWA tem que acabar".
Netanyahu pede que a ONU acabe com a UNRWA e a substitua por outras agênciasGettyimages.ru / Abed Zagout/Anadolu

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, propôs na quarta-feira o fim da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Oriente Próximo (UNRWA) e sua substituição por outras organizações, noticiou o The Jerusalem Post.

"A UNRWA está totalmente infiltrada pelo Hamas. Ela tem estado a serviço do Hamas e de suas escolas, além de muitas outras coisas", disse Netanyahu aos delegados da ONU. "Digo isso com grande pesar porque esperávamos que houvesse um órgão objetivo e construtivo oferecendo ajuda. Precisamos de um órgão assim em Gaza hoje. Mas a UNRWA não é um órgão assim. Ela precisa ser substituída por alguma organização ou organizações que façam esse trabalho", insistiu.

O primeiro-ministro ainda enfatizou que "é hora de a comunidade internacional e a própria ONU entenderem que a missão da UNRWA tem que acabar". "E temos que fazer com que outras agências da ONU e outras agências de ajuda substituam a UNRWA se quisermos resolver o problema de Gaza como pretendemos fazer", insistiu o primeiro-ministro israelense.

"A espinha dorsal da resposta humanitária em Gaza" 

Os comentários de Netanyahu chegam após a recente decisão de vários países, incluindo França, Alemanha, Canadá e EUA, de suspender a ajuda financeira à UNRWA devido a suspeitas de ligações de 12 de seus membros com o movimento palestino Hamas e seu possível envolvimento no ataque do grupo militante a Israel em 7 de outubro.

Segundo relatórios da inteligência israelense citados pelo The Wall Street Journal, cerca de 1.200 funcionários da UNRWA, representando 10% de todo o pessoal da UNRWA na Faixa de Gaza, têm ligações com grupos militantes islâmicos.

Por sua vez, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta quarta-feira que estava "pessoalmente chocado com essas alegações", descrevendo a agência como "a espinha dorsal de toda a resposta humanitária em Gaza" e pedindo a todos os países que "garantam a continuidade do trabalho de salvar vidas da UNRWA".