Terras raras: como os EUA buscam se apoderar dos recursos estratégicos da América Latina
Na República Dominicana, eclodiram vários protestos contra a exploração de mineração. Os manifestantes se opõem aos possíveis danos ambientais que essa atividade poderia causar no país caribenho.
No entanto, o presidente dominicano, Luis Abinader, assinou um decreto para criar uma empresa estatal de mineração para, entre outras coisas, desenvolver projetos de exploração e aproveitamento de terras raras, ou seja, minerais críticos como o lítio, que são essenciais para tecnologias avançadas, energias renováveis e dispositivos eletrônicos. Esses são recursos almejados por todo o mundo.
Interesse dos EUA em recursos estratégicos
Nesse contexto, os Estados Unidos têm se interessado muito por essa questão. Washington enviou o Corpo de Engenheiros do Exército no ano passado para "auxiliar" as explorações dominicanas, embora ainda não se saiba quais serão as condições para a nação caribenha.
No entanto, esse não é o único lugar da região que os EUA têm em vista, dada a riqueza dos recursos naturais presentes na América Latina.
O Brasil é o novo foco de exploração de terras raras, onde é registrado um grande fluxo de investimentos em projetos nesse setor por parte dos EUA e da Austrália.
Recorda-se que a general Laura Richardson, comandante do Comando Sul dos Estados Unidos, tem mantido uma agenda movimentada na região. Neste ano, ela visitou Uruguai, Equador, Panamá, Paraguai e Argentina, onde ficou claro o interesse de Washington na exploração e cooperação na área de metais raros.
Intenções explícitas
"Por que essa região é importante? Com todos os seus ricos recursos e elementos de terras raras, tem o triângulo do lítio, que é necessário atualmente para a tecnologia. Sessenta por cento do lítio do mundo está no triângulo do lítio: Argentina, Bolívia e Chile", disse Richardson ao grupo de reflexão Atlantic Council em 19 de janeiro.
Por sua vez, o especialista em geopolítica do petróleo e analista, Miguel Jaimes, explicou à RT que o principal obstáculo ao desenvolvimento da América Latina é a intenção do Ocidente de controlá-la. "O Ocidente quer controlar o futuro e o progresso tecnológico da América Latina e do Caribe com suas empresas, corporações e empresários multimilionários", disse ele.