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Argentina criará promotoria especial para investigar funcionários por corrupção

Segundo o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, as investigações "incluirão funcionários nacionais e provinciais, tanto do poder Executivo quanto do Legislativo".
Argentina criará promotoria especial para investigar funcionários por corrupçãoLegion-media.ru / Leiva Barbara/Faro/Abaca/Sipa US

O Governo da Argentina anunciou nesta quinta-feira que criará uma promotoria especial para investigar funcionários públicos envolvidos em corrupção, como enriquecimento ilícito e aumento de patrimônio.

"O ministro da Justiça (Mariano Cúneo Libarona) vai sugerir imediatamente ao promotor Eduardo Casal a criação de uma promotoria especializada para investigar a corrupção de funcionários públicos, especialmente aqueles que se enquadram na categoria de enriquecimento ilícito e aumento injustificado de patrimônio", disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, durante uma coletiva de imprensa.

Segundo o porta-voz, as investigações "incluirão funcionários nacionais e provinciais, tanto do poder Executivo quanto do Legislativo".

"Sem contemplação"

O anúncio de Adorni ocorre em um momento de tensões com os legisladores da oposição, especialmente alguns do bloco Juntos por el Cambio (JxC - macrismo e aliados), que se opõem ao aumento dos impostos sobre a exportação de soja. Essa proposta faz parte da "lei geral" apresentada pelo executivo e o Governo espera que ela seja aprovada em breve pelo Congresso.

Isso também está ocorrendo no contexto de uma disputa com os governadores das províncias sobre a distribuição de fundos provenientes da arrecadação de impostos, conforme previsto na lei de coparticipação federal. O presidente da Argentina, Javier Milei, também está pressionando os governadores das províncias para influenciar o voto dos representantes parlamentares de cada distrito.

Em uma reunião de gabinete realizada na terça-feira na Casa Rosada, o chefe do Executivo advertiu que "se a lei não for aprovada, será pior para todos, especialmente para as províncias", que seriam privadas de fundos, disseram fontes ao La Nación.

O porta-voz Adorni já havia antecipado esta semana que, se a lei não for aprovada, "as contas públicas serão ajustadas e isso incluirá a revisão de todos e cada um dos itens que são transferidos para as províncias, sem nenhum tipo de contemplação".

Por sua vez, o Ministro da Economia, Luis 'Toto' Caputo, foi ainda mais explícito nesta quinta-feira com a exigência aos governadores, que, ate teve que esclarecer que não é uma "ameaça".

"Hoje tive uma reunião com o secretário de finanças e o subsecretário de províncias para delinear todos os itens provinciais que serão cortados imediatamente se qualquer um dos artigos econômicos (da lei) for rejeitado", escreveu em sua conta na rede social X.

"Não é uma ameaça, é a confirmação de que cumpriremos o mandato que nos foi dado pela maioria dos argentinos para equilibrar as contas fiscais para acabar com décadas de inflação e o flagelo econômico, acrescentou.