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Lula: "Temos que vencer a burocracia" e "dar resposta imediata" ao RS

Durante visita ao estado, um ministro da gestão petista anunciou um programa que visa garantir a manutenção do emprego na região.
Lula: "Temos que vencer a burocracia" e "dar resposta imediata" ao RSRicardo Stuckert / Presidência da República

Nesta quinta-feira, durante visita ao Rio Grande do Sul, o presidente brasileiro, Lula da Silva, destacou o papel negativo da "burocracia" no contexto da ajuda prestada ao estado, que anteriormente foi afetado por fortes enchentes que já deixaram dezenas de mortos e milhares de desalojados.

"Nós temos que dar resposta imediata a esse povo. Nós estamos trabalhando muito, e temos que vencer a burocracia, porque nós temos leis, nós temos regulamentações", declarou o presidente, citado pela imprensa brasileira. 

"Eu reclamo em fóruns internacionais, reclamo aqui, porque é tudo muito difícil, tudo muito complicado, tudo tem um manual que diz o que pode, o que não pode. Se acontece uma coisa nova e não está no manual, então não pode fazer".

Em outro momento de seu discurso, o mandatário declarou que determinadas obras, como as de unidades hospitalares e escolas, não poderão ser conduzidas nas mesmas localidades, destacando a vulnerabilidade de certas regiões. As afirmações estão em linha com as palavras de Marina Silva, ministra do Meio-Ambiente, que anteriormente defendeu que as obras do RS devem ser feitas levando em conta a capacidade de suporte a eventos extremos, em conformidade com "o novo normal" do clima no planeta.

"Alguns bairros e comunidades talvez tenham que ser removidos para outras áreas, e tudo isso é muito doloroso. (...) Não ter rios assoreados, respeitar a mata ciliar, não ter edificações às margens de rios e córregos, isso ajuda muito. Ter sistemas de drenagem, sistemas de encostas, desobstrução de rios e galerias", declarou a ministra durante uma entrevista concedida em maio.

Auxílio de dois salários mínimos

Durante a visita, Luiz Marinho, ministro do Trabalho da Gestão petista, realizou o anúncio, ao lado do presidente Lula, de uma medida provisória que prevê o pagamento de dois salários mínimos (totalizando R$2824) para trabalhadores do Rio Grande do Sul. O pagamento será feito através de duas parcelas. 

"A expectativa é beneficiar mais de 430 mil trabalhadores com recursos estimados de R$1,2 bilhão, autorizados por crédito extraordinário", de acordo com informações do Governo Federal.

Para que os trabalhadores usufruam do benefício, prescrito para os meses de julho e agosto, as empresas precisam vincular-se a ele. Ao aderir, tais empresas devem garantir a permanência dos empregados por pelo menos quatro meses (dois durante o recebimento do benefício e mais dois subsequentes).

"As empresas reivindicavam uma contribuição para a manutenção do emprego. O Governo Federal, liderado pelo presidente Lula, elaborou um programa que colabora com as empresas, e mantém os empregos", declarou Marinho.