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"Sem precedentes": OMS e OPAS alertam sobre aumento de casos de dengue nas Américas

A Organização Pan-Americana da Saúde informou que o número de pessoas infectadas pelo vírus, durante 2024, ultrapassa 8,1 milhões de pessoas.
"Sem precedentes": OMS e OPAS alertam sobre aumento de casos de dengue nas AméricasAP / Martin Mejia

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiram um alerta epidemiológico para o continente americano, especialmente para a América Central, o México e o Caribe, devido ao aumento  "sem precedentes" de casos de dengue na região, uma doença viral transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti infectado.

De acordo com os números apresentados esta semana pela OPAS/OMS em seu alerta epidemiológico, desde a primeira semana até a 19ª semana de 2024 foram relatados 8.140.210 casos suspeitos de dengue nas Américas, o que representa um aumento de 226% em relação ao mesmo período de 2023, e de 416% em relação à média dos últimos cinco anos.

Nesse relatório, a OPAS detalhou que, em 2024, os casos de dengue na região das Américas "estão excedendo o registro histórico de casos notificados, principalmente na sub-região do Cone Sul". Também destacou que o número de infecções é 3,3 vezes maior do que o registrado no mesmo período em 2023.

A organização acrescenta que, embora nas últimas semanas tenha havido uma diminuição dos casos de dengue tanto no Cone Sul quanto na região andina, "as sub-regiões do Istmo Centro-Americano e do México, e a sub-região do Caribe, estão entrando no período de maior circulação" da doença, o que poderia "aumentar significativamente o número de casos" durante o segundo semestre de 2024.

Até o momento, os países mais afetados pela epidemia regional e que respondem por 98% dos casos são o Brasil, com 6.803.727 (83%); Argentina, 475.743 (6,0%); Paraguai, 266.816 (3,3%); e Peru, 222.950 (2,7%).

Em termos de número de mortes registradas, o Brasil se destaca com 2.897 mortes (79,4% dos casos); a Argentina, 325 (9%); e o Peru, 174 (4,7%). No total, foram registradas 3.648 mortes pela doença, uma taxa de letalidade de 0,045% das infecções.

Medidas

"Diante do aumento regional sem precedentes de casos de dengue, a OPAS recomenda intensificar os esforços para combater o mosquito vetor e essa doença, para a qual não há tratamento específico", alertou a agência. 

Em particular, recomendou que os países da América Central, México e Caribe "adotem as medidas necessárias" e "preparem respostas ao aumento da dengue", como a organização dos serviços de saúde, para garantir o manejo clínico adequado dos pacientes, a prevenção de complicações, e evitar a saturação dos serviços de atendimento especializado.

Além disso, a OPAS/OMS pede o fortalecimento da "vigilância, triagem, diagnóstico e tratamento oportuno e adequado dos casos de dengue", bem como de outros "arbovírus", como chikungunya, zika e febre amarela, por meio de ações de controle de vetores ou mosquitos.

Também exige vigilância epidemiológica contínua e notificação de casos prováveis e confirmados, além de esforços para confirmar a distribuição espacial dos casos, o que permitirá uma resposta rápida nas áreas mais afetadas.

A dengue, segundo a OPAS, é uma doença viral transmitida por mosquitos que, na maioria dos casos, não apresenta sintomas. Entretanto, quando os sintomas ocorrem, geralmente incluem febre alta, dor de cabeça, dores no corpo, náusea e erupção cutânea.

Embora a maioria das pessoas se recupere em uma ou duas semanas, algumas podem desenvolver formas graves que exigem hospitalização. A doença pode ser fatal se não for tratada adequadamente.