Equador garante que um terceiro país servirá como "canal diplomático" com o México
A ministra das Relações Exteriores do Equador, Gabriela Sommerfeld, garantiu que o país concordou com o México que um terceiro país servirá como "canal diplomático" entre as duas nações, após o rompimento das relações desde abril, após a invasão das forças de segurança equatorianas à Embaixada do México em Quito, onde o ex-vice-presidente Jorge Glas, que estava refugiado no país e havia recebido asilo, foi detido.
A chanceler, em entrevista à AP, disse que o México pediu a um terceiro país para "ajudar como um canal diplomático de comunicação" e o Equador aceitou.
A funcionária não identificou o terceiro país, no entanto, disse que isso seria anunciado nas próximas semanas.
Sommerfeld comentou que o Equador está "pronto para estabelecer um diálogo" com o México e "buscar uma solução para esse conflito". Além disso, mencionou que "o comércio está em vigor entre os dois países".
"Não é negociável"
A ministra, porém, deixou claro na entrevista que "a única coisa que não é negociável" é a entrega de Glas, que atualmente está na prisão de segurança máxima 'La Roca', localizada em Guayaquil, província de Guayas, para onde foi levado após o ataque à Embaixada.
No início de maio, a secretária mexicana de Relações Exteriores, Alicia Bárcena, mencionou que, se o Equador desse "salvo-conduto" e entregasse Glas, eles poderiam "iniciar" um diálogo para diminuir a escala do conflito.
Vários dias depois, assim como a recente declaração de Sommerfeld, o presidente do Equador, Daniel Noboa, discordou que o restabelecimento das relações com o México estivesse condicionado à rendição de Glas.
"Não me parece, pessoalmente ou para o Governo, que a única condição e a única maneira de restabelecer as relações com o México seja entregando um criminoso", declarou.
Esse "impasse" chegou à Corte Internacional de Justiça (CIJ), depois que o México apresentou uma denuncia contra o Equador e Quito respondeu posteriormente com uma contra-queixa.
Na semana passada, a CIJ decidiu não ordenar "medidas provisórias" contra o Equador, conforme solicitado pelo México em sua queixa. No entanto, a decisão final sobre o caso ainda está pendente.