O Governo peruano admitiu nesta quarta-feira que parte de seu material bélico foi encontrado no Equador, onde se viveram horas trágicas como resultado de uma investida criminosa em meio a um "conflito armado interno", como as autoridades o descreveram oficialmente.
"Até onde sabemos, não foram encontradas armas; o que foi encontrado foram explosivos, munição e algumas granadas", disse o ministro da Defesa do Peru, Jorge Chávez Cresta, à mídia local.
Nesse sentido, Chávez disse que as investigações e a troca de informações entre as inteligências equatoriana e peruana já estão em andamento para "regular e controlar esses aspectos".
Da cidade de Tumbes, na fronteira com o Equador, que foi declarada em situação de emergência, o ministro enfatizou que não ordenaria o fechamento das fronteiras, mas garantiu que mais agentes seriam designados para protegê-las.
Segundo Chávez, ambos países estão se coordenando para "estabelecer qual é o canal de abastecimento, [porque] não só está acontecendo na fronteira com o Equador, mas também na fronteira entre o Equador e a Colômbia".
"É uma realidade"
Mais cedo, o ex-comandante geral do Exército equatoriano, Javier Pérez, denunciou que, desde 2014, o crime em seu país vinha usando armas pertencentes às Forças Armadas do Peru.
"Encontramos armas com o registro das Forças Armadas do Peru, quando estavam em serviço ativo entre 2014-2018. Também havia armas que não tinham registro e estavam entrando pelas fronteiras do Peru", disse à rádio Exitosa.
Pérez esclareceu que "não eram armas artesanais, eram armas modernas" e enfatizou que "não é uma suposição, mas uma realidade".