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Violência armada no Ecuador: Noboa declara "conflito armado interno" e ordena a saída dos militares

O presidente equatoriano decretou nesta segunda-feira estado de exceção e toque de recolher em todo o território nacional.
Violência armada no Ecuador: Noboa declara "conflito armado interno" e ordena a saída dos militaresLegion-media.ru / Juan Diego Montenegro/Dpa

O presidente do Equador, Daniel Noboa, decretou nesta terça-feira o reconhecimento da presença de um "conflito armado interno" em meio de uma onda de violência marcada por motins em prisões e pela detonação de explosivos em viaturas.

A medida permite a intervenção do Exército e da Polícia Nacional e autoriza as Forças Armadas a realizarem operações militares contra grupos criminosos.

"Ordenei que as Forças Armadas realizassem operações militares para neutralizar esses grupos", escreveu o Noboa em sua conta no X, citando uma lista de grupos do crime organizado transnacional identificados "como organizações terroristas e atores não-estatais beligerantes".

Invasão a emissora de TV ao vivo

O Decreto Executivo 111 foi publicado depois que homens armados invadiram as instalações do canal TC Televisión na cidade de Guayaquil, na província de Guayas, no meio da transmissão, na tarde desta terça-feira.

Em vídeos divulgados nas redes sociais foi possível ver a retenção do pessoal da mídia, por parte desses delinquentes que afirmavam ter bombas e ameaçaram funcionários da emissora.

A Polícia Nacional informou que interveio no local, evacuou as pessoas e prendeu os criminosos. A instituição confirmou que um total de 13 pessoas foram presas.

Fugas de prisões

Esses ataques, somado a outros atos de violência, ocorrem após o presidente equatoriano, decretar na segunda-feira estado de exceção e toque de recolher em todo o território nacional, após a fuga da cárcere de um dos maiores líderes criminais do país, José Adolfo Macías Villamar, mais conhecido como 'Fito'.

Desde segunda-feira, três policiais foram sequestrados na Unidade de Polícia Comunitária (UPC) Wilson Franco, na cidade de Machala; bem como outro policial na UPC Llano 1, em Quito; e mais três na província de Los Ríos.

Ainda nesta terça-feira, as autoridades relataram a fuga da prisão em Riobamba, na província de Chimborazo, de outro criminoso: Fabricio Colón Pico, um dos líderes de 'Los Lobos', que supostamente estava por trás de um plano para assassinar a procuradora-geral do país, Diana Salazar, e que foi preso na última sexta-feira.

O Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade e Adolescentes Infratores (SNAI) informou que, além de Colón Pico, outros detentos escaparam da prisão e, até a manhã de terça-feira, pelo menos 12 deles haviam sido recapturados.