
CBF e Zico lamentam morte Nikita Simonyan, lenda da seleção soviética

O ex-jogador soviético e russo Nikita Pavlovich Simonyan morreu no domingo (23), pouco depois de completar 99 anos. Ele havia sido hospitalizado após machucar a perna na quinta-feira (20), mesmo dia em que esteve no trabalho até as 15h.

A morte comoveu o público russo e repercutiu internacionalmente. Está prevista uma despedida no estádio do Spartak Moscou (Arena Lukoil) na quinta-feira (27).
Nikita era filho de armênios possivelmente refugiados do genocídio cometido contra esse povo pela Turquia no início do século 20.
Foi tetracampeão soviético (1952, 1953, 1956 e 1958) pelo Spartak Moscou e permanece como maior artilheiro da história do clube, com 160 gols. Pela seleção soviética, conquistou a medalha de ouro olímpica em 1956 e disputou a Copa do Mundo de 1958, vencida pela seleção brasileira liderada por Pelé.
Na competição, abriu o placar contra a Inglaterra em jogo que terminou 2 a 2. Como treinador, comandou o Ararat Erevan em 1973, levando o clube a conquistar o campeonato e a copa soviética.
Condolências do governo russo
O presidente Vladimir Putin enviou condolências aos familiares do ex-jogador, treinador e vice-presidente de longa data da Federação Russa de Futebol, classificando-o como lenda do futebol nacional e mundial.

"Por sua habilidade, força de espírito e lealdade à equipe, Nikita Simonyan era apreciado por seus companheiros do Spartak e da nossa seleção nacional, respeitado pelos adversários e sinceramente amado por milhões de torcedores, para os quais ele era um ídolo reconhecido", afirmou o presidente, que lhe concedeu em 2019 o título de "Trabalhador Distinto da Cultura Física da Federação Russa (2019)" e em 2025 o título de "Herói do Trabalho da Federação Russa (2025)".
A diretora da RT, Margarita Simonyan, lamentou a perda
"Ah, Nikita Palych. Ele veio recentemente à nossa casa e combinamos comemorar seu centenário no ano que vem. Não somos parentes, apenas temos o mesmo sobrenome. Ele era muito amigo do pai de Tigran, o grande diretor soviético Edmond Keosayan. Teve uma vida incrível, que todos deveriam ter. Que descanse em paz", escreveu em seu canal no Telegram, citando a amizade de Nikita com o pai de seu falecido marido (Tigran).
Reação no Brasil
"Meus pêsames à família de Nikita Simonyan. Que ele descanse em paz", declarou Zico ao portal Sport24.

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) também prestou condolências: "Ele se tornou amigo do nosso futebol e, especialmente, de Pelé durante a Copa do Mundo de 1958. Nossas condolências, que ele descanse em paz" , escreveu Fábio Seixas, diretor de Comunicação da CBF.

