O grupo BRICS poderia oferecer uma moeda alternativa no caso de um colapso do sistema monetário internacional e do dólar, disse o diretor executivo da Rússia no Fundo Monetário Internacional (FMI), Alexei Mozhin, em uma entrevista à RIA Novosti.
Mozhin explicou que a confiança no sistema monetário se baseia na certeza de que os ativos em dólar são seguros. No entanto, observou que, se a dívida dos EUA continuar aumentando, essa segurança desaparecerá. "Quando essa confiança for perdida, haverá um caos na economia global", afirmou, acrescentando que esse cenário é possível no contexto atual, em que os bancos centrais estão vendendo ativos em dólares e comprando ouro.
Mozhin enfatizou que os BRICS poderiam oferecer uma alternativa, criando uma moeda única que seria "construída com base em uma cesta de moedas" que incluiria o yuan chinês, a rúpia indiana, o rublo russo, o real brasileiro e o rand sul-africano. "Uma espécie de 'BRICS DES Direito Especial de Saque'", enfatizou.
"Se o dólar e o sistema monetário internacional entrarem em colapso, será necessário converter a unidade contábil declarada dos BRICS em uma moeda real, respaldada por ativos negociados em bolsa", explicou, informando que a proposta está sendo discutida entre os países membros.
Em busca de uma alternativa ao dólar
Inicialmente composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, o bloco agora conta com a adesão do Egito, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos. Na reunião de cúpula realizada em agosto passado, foi acordado que eles se concentrariam na desdolarização e estabeleceriam laços econômicos em suas moedas nacionais.
Porém, a Bloomberg informou no final de abril que os assessores do candidato republicano, Donald Trump, estão discutindo possíveis medidas para evitar que as nações deixem de usar o dólar. As formas prováveis incluem multas, com opções como controles de exportação, taxas de manipulação de moeda e tarifas, segundo a reportagem.
Enquanto isso, o presidente russo, Vladimir Putin, em sua entrevista com o jornalista norte-americano Tucker Carlson, destacou o papel crescente da organização na economia global e disse que a participação dos países membros na organização já excede a do G7.