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Bolsonaro chama Musk de "mito da liberdade" em um protesto no Rio de Janeiro

O político de direita também discursou contra o atual presidente, que ele considerou "o maior ladrão da história" do país e um "apoiador de ditaduras".
Bolsonaro chama Musk  de "mito da liberdade" em um protesto no Rio de JaneiroGettyimages.ru / Fabio Teixeira / Anadolu

O ex-presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, chamou de "mito da liberdade" o bilionário proprietário do X, Elon Musk, que recentemente gerou polêmica no Brasil ao questionar as ações do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

"Acusam agora o homem mais rico do mundo, que é dono de uma plataforma, cujo objetivo é fazer com que o mundo todo seja livre, que é o X, nosso antigo Twitter", disse o político em um protesto junto com seus apoiadores no último domingo na popular praia de Copacabana, no Rio de Janeiro.

Bolsonaro afirmou que Musk preserva a liberdade e "teve a coragem de mostrar com todas as provas" para onde a democracia no Brasil está indo.

Musk ameaçou não cumprir as restrições impostas à sua plataforma e, em resposta, Alexandre de Moraes o incluiu no inquérito que apura as ações de 'milícias digitais', e determinou a abertura de outra por obstrução da justiça.

O magistrado é alvo constante de ataques por parte dos apoiadores de Bolsonaro, e está encarregado de vários julgamentos contra ele, incluindo um por suas supostas ligações com a tentativa de golpe contra a Administração de Luiz Inácio Lula da Silva em um ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília em 8 de janeiro de 2023.

"Órfãos com pais vivos"

Durante a manifestação de domingo, Bolsonaro atacou o presidente Lula. "Eles fizeram voltar à cena do crime o maior ladrão da história do Brasil. Um amante de ditaduras. O que eles querem de fato é a ditadura, com controle social da mídia", declarou Bolsonaro, conhecido por sua defesa do regime militar brasileiro (1964-1985).

O ex-presidente também negou a existência de um plano de golpe de Estado para interferir no resultado das eleições de 2022, como consta em um documento encontrado pela Polícia Federal, e voltou a defender os presos no dia 8 de janeiro em Brasília.

"Temos pelo Brasil órfãos de pais vivos (...) Ninguém tentou, por meio de armas, tomar o poder em Brasília. Aquelas pessoas estavam com a bandeira verde e amarela nas costas e muitas com uma Bíblia embaixo do braço. Não queiram condenar um número absurdo de pessoas porque alguns erraram invadindo e depredando o patrimônio, como se fossem terroristas, como se fossem golpistas", disse.

No entanto, durante o evento, Bolsonaro não mencionou a polêmica gerada por sua estadia na embaixada da Hungria em Brasília, logo após as autoridades reterem seu passaporte por seu suposto envolvimento na tentativa de golpe de Estado.

Nas redes sociais, o bilionário Elon Musk recentemente criticou novamente o ministro Alexandre de Moraes, em resposta a um usuário que comentou uma foto compartilhada pelo deputado federal da oposição, Nikolas Ferreira, que mostrava os apoiadores de Bolsonaro reunidos.

O usuário questionou sobre o apoio dado a Moraes e associou o ministro do STF à "censura no Brasil", ao que Musk respondeu, acusando o magistrado de, em suas palavras, ser "contra a democracia".