México pede à Celac que assine a queixa contra o Equador perante a CIJ

A ação foi movida por conta da invasão da embaixada mexicana em Quito.

O presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, pediu nesta terça-feira a seus pares da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) que assinem a queixa que seu país apresentou contra o Equador perante a Corte Internacional de Justiça (CIJ), pela invasão à Embaixada do México em Quito, que culminou com a prisão do ex-vice-presidente equatoriano Jorge Glas, que possuía asilo diplomático no momento de sua captura.

"Também queremos propor, se eles considerarem viável, factível, que se juntem a nós para assinar a queixa na Corte Internacional de Justiça", disse López Obrador na reunião extraordinária convocada pelo órgão para discutir o ataque.

O presidente mexicano explicou novamente que, com essa ação contra o Equador, eles estão buscando duas coisas: que o país andino seja suspenso da Organização das Nações Unidas (ONU) até que decida não repetir esse ato; e, em segundo lugar, estabelecer um procedimento para que, se outro Estado agir de maneira semelhante, violando uma sede diplomática, a CIJ apresente uma resolução de expulsão à Assembleia Geral da ONU e que esse órgão vote sobre o assunto, sem que os membros do Conselho de Segurança possam exercer o direito de veto "agora obsoleto".

"Se não fizermos isso, não poderemos viver em um mundo governado por regras, por leis. Eu costumava dizer ao (presidente brasileiro Luiz Inácio) Lula que este seria um mundo de gorilas", disse López Obrador.

A reunião extraordinária está sendo realizada virtualmente e foi convocada pela presidente protempore do órgão regional e de Honduras, Xiomara Castro, para tratar apenas dessa questão, que levou o México a romper relações diplomáticas com o Equador e a uma queixa mexicana à Corte Internacional de Justiça (CIJ).

A crise entre o México e o Equador foi discutida na semana passada em uma reunião extraordinária dos chanceleres do bloco sul-americano e caribenho, com o objetivo de obter apoio unânime contra o ataque à sede diplomática mexicana, além de instar o Equador a corrigir suas ações.

Entretanto, as decisões na Celac são tomadas por consenso e, por enquanto, o Governo de Daniel Noboa anunciou que não tem planos de pedir desculpas pelo ocorrido. Em uma entrevista recente, o presidente chegou a dizer que não se arrepende de sua decisão de invadir a embaixada.