Zelensky endurece a mobilização na Ucrânia

O polêmico projeto de lei foi ratificado pelo presidente nesta terça-feira.

O presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, assinou nesta terça-feira um polêmico projeto de lei que endurece a mobilização militar no país.

A medida foi aprovada pela Verkhovna Rada (Parlamento ucraniano) na semana passada. Na segunda-feira, 15 de abril, foi assinada pelo presidente do órgão legislativo e enviada a Zelensky no dia seguinte. Deste modo, o mandatário ratificou a lei no mesmo dia em que recebeu o documento.

A legislação entrará em vigor um mês após sua publicação oficial.

As principais disposições da lei são as seguintes:

Nesse contexto, alguns meios de comunicação locais acreditam que a lei sobre mobilização mais rígida aumentará a corrupção e dividirá a sociedade, mas consideram pouco provável que ajude a repor as fileiras reduzidas do Exército ucraniano.

Mobilização forçada

Kiev declarou a lei marcial e a mobilização geral em fevereiro de 2022, submetendo homens entre 27 e 60 anos ao serviço militar obrigatório e proibindo a maioria dos homens entre 18 e 60 anos de deixar o país. Em dezembro de 2023, Zelensky anunciou que a liderança militar havia proposto a mobilização de 450.000 a 500.000 pessoas adicionais.

Ao mesmo tempo, há vários relatos no país sobre a mobilização forçada de muitos homens. Nas redes sociais e mídias, proliferam as imagens de comissários militares ucranianos 'mobilizando' futuros soldados, agarrando-os pelos braços e pés na rua, arrastando-os para fora do transporte público ou de suas próprias casas.

Enquanto isso, 63% dos ucranianos em idade de alistamento não querem entrar para o Exército e 17% estão indecisos, segundo resultados de uma pesquisa recente realizada pela agência Info Sapiens para a mídia Suspilne Novini. Além disso, 60% dos entrevistados descreveram negativamente o trabalho dos escritórios de recrutamento militar.