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Governo brasileiro planeja investir R$ 1 bilhão contra "fuga de cérebros" e repatriar cientistas

Os fundos serão investidos ao longo de três anos em duas chamadas lançadas simultâneamente com a agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
Governo brasileiro planeja investir R$ 1 bilhão contra "fuga de cérebros" e repatriar cientistasGettyimages.ru / Lucas Uebel

A Administração de Luiz Inácio Lula da Silva anunciou um programa para combater a "fuga de cérebros" e repatriar cerca de mil cientistas brasileiros que trabalham ou estudam no exterior. O presidente do Conselho Nacional de Desnvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Ricardo Galvão, afirmou que o Governo planeja investir R$ 1 bilhão no programa.

Segundo estimativa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, ao qual o CNPq é subordinado, existem pelo menos 35.000 pesquisadores brasileiros no exterior com títulos de mestrado e doutorado.

"Nós fizemos um levantamento muito preliminar e chegamos na ordem de 35.000 brasileiros [fazendo pesquisa fora]", declarou Galvão à Folha de S.Paulo. "Nós lançamos uma proposta ao FNDCT [Fundo Nacional do desenvolvimento Científico e Tecnológico] e gostaríamos de atraí-los de volta ou, aqueles que não vierem, que tenham um canal de colaboração com o Brasil", acrescentou.

Galvão ainda destacou que o objetivo da proposta é oferecer incentivos financeiros para atrair e fixar no Brasil pesquisadores brasileiros que realizaram sua formação acadêmica no país, seja parcial ou integralmente.

'Conhecimento Brasil'

Os fundos serão investidos ao longo de três anos em duas chamadas lançadas simultâneamente com a agência Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).

O projeto, batizado 'Conhecimento Brasil' prevê conceder bolsas de estudo a pesquisadores para que permaneçam em universidades e institutos no país, com um auxílio mensal de R$ 13.000 para doutores e R$10.000 para mestres. Além disso, concederá recursos no valor de até R$ 400.000 para a instalação de laboratórios.

Galvão explicou que também existe a proposta de que os pesquisadores repatriados colaborem com empresas para promover a inovação e o desenvolvimento tecnológico.

"Não adianta ter ciência sendo feita só em instituições de pesquisa, pois assim o país não avança. Precisamos de doutores em empresas que promovam a inovação e o desenvolvimento tecnológico com base no conhecimento científico moderno", disse.