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Macron pede para "isolar o Irã"

"Vamos fazer tudo o que pudermos para evitar a conflagração, ou seja, a escalada, e, portanto, tentar convencer Israel de que não devemos responder com escalada, mas sim isolar o Irã", disse o mandatário francês.
Macron pede para "isolar o Irã"AP / Sarah Meyssonnier

O presidente da França, Emmanuel Macron, pediu para "isolar" o Irã e reforçar as sanções internacionais contra o país após o ataque aéreo maciço contra Israel no último fim de semana.

"Em primeiro lugar, condenamos veementemente esse ataque do Irã, que não tem precedentes em sua forma, porque o Irã enviou drones e várias centenas de mísseis de seu solo para o solo israelense", afirmou nesta segunda-feira, em entrevista à BFM-TV e à rádio francesa RMC.

O mandatário classificou de "desproporcional" a resposta militar, que a República Islâmica realizou em retaliação ao ataque aéreo israelense ao complexo de sua missão diplomática em Damasco, capital da Síria, que matou 16 pessoas, incluindo dois comandantes iranianos seniores e cinco militares iranianos.

"Os iranianos responderam, mas responderam de forma desproporcional", porque "em vez de afetar os interesses israelenses fora de Israel", eles atacaram o território israelense diretamente de seu solo, argumentou Macron.

Macron ainda aplaudiu as forças israelenses "porque conseguiram deter quase todos esses mísseis e drones", acrescentando que os aviões franceses também decolaram de uma base aérea na Jordânia e "interceptaram o que tinham que interceptar" durante o ataque.

Sanções para evitar uma escalada?

Enquanto as Forças de Defesa de Israel (FDI) estão apresentando ao seu Governo "um espectro de opções de resposta" à ofensiva iraniana, ponderando se devem "atacar ou não atacar" a República Islâmica, Macron disse que pedirá a Tel Aviv que não retalie militarmente para evitar uma nova escalada na região.

"Vamos fazer tudo o que pudermos para evitar a conflagração, ou seja, a escalada, e, portanto, tentar convencer Israel de que não devemos responder com escalada, mas sim isolar o Irã e conseguir convencer os países da região de que o Irã é um perigo, aumentar as sanções, aumentar a pressão sobre as atividades nucleares [iranianas] e, então, encontrar um caminho para a paz na região", disse o presidente francês.

Depois de lançar mais de 300 drones e mísseis de vários tipos contra alvos em Israel, Teerã anunciou no último domingo que sua operação militar "A Verdadeira Promessa" havia terminado. No entanto, o chefe do Estado-Maior do Irã, Mohammad Bagheri, advertiu que a próxima operação do país "será muito maior" se Tel Aviv responder com uma ação militar.