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"A diplomacia gentil não funcionou": Kiev muda sua abordagem para exigir sistemas Patriot
O chanceler ucraniano admite que a nova tática pode "arruinar as relações" com os aliados de seu país.
O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmitry Kuleba, decidiu adotar uma postura muito mais dura para que os países ocidentais forneçam a Kiev os sistemas antiaéreos Patriot, noticiou o jornal norte-americano The Washington Post.
O estoque de armas da Ucrânia diminuiu nos últimos meses como resultado do declínio da assistência militar dos EUA. "A diplomacia gentil e tranquila não funcionou", lamentou Kuleba em uma entrevista à TWP nesta semana. No entanto, o chanceler está confiante de que sua nova abordagem à diplomacia ajudará a reverter a situação, mesmo que isso "possa arruinar as relações".
"A outra parte de mim diz que a diplomacia é sobre relações privadas. Mas então eu disse a essa parte de mim para se calar, e a parte de mim que queria conversar começou a falar. Tentamos de tudo, e nada parece funcionar", afirmou.
O diplomata explicou que sua equipe identificou mais de cem sistemas Patriot disponíveis em outros países, e que algumas nações vizinhas têm mais de uma bateria desse tipo protegendo um porto ou aeródromo. A Ucrânia tem apenas três complexos de defesa aérea fabricados nos EUA e eles não são suficientes para proteger o país contra os intensos ataques aéreos russos.
O presidente ucraniano Vladimir Zelensky estimou o número de Patriots necessários em 26, mas Kuleba está atualmente concentrado em conseguir sete o mais rápido possível, segundo apurado pelo veículo.
O chefe da diplomacia ucraniana revelou que achava "difícil entender" a relutância de alguns países em entregar pelo menos um de seus sistemas antiaéreos a Kiev, admitindo sua frustração com essa recusa.
"Sinto que estou batendo na parede com a minha própria cabeça, mesmo sendo um diplomata, e isso significa que tenho que desmontar a parede tijolo por tijolo [...] Mas como esse tipo de diplomacia não funciona, sinto vontade de bater contra a parede. Não entendo por que ela não funciona", comentou.
The Washington Post cita a declaração do chanceler ucraniano em um recente evento do 75º aniversário da OTAN em Bruxelas: "Desculpe estragar a festa de aniversário, mas quem pode acreditar que a aliança militar mais poderosa do mundo não consegue encontrar sete baterias Patriot para abastecer o único país do mundo que sofre ataques balísticos todos os dias?".
Kuleba disse ao jornal norte-americano que os ministros dos países que possuem esses sistemas estavam "desconfortáveis".