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Comissão da ONU vota pela suspensão da venda de armas a Israel, com parecer favorável do Brasil

Outras resoluções adotadas também pedem por um cessar-fogo imediato e pelo fim da "punição coletiva".
Comissão da ONU vota pela suspensão da venda de armas a Israel, com parecer favorável do BrasilAP / Mahmoud Essa

Nesta sexta-feira, a Comissão de Direitos Humanos das Nações Unidas (ONU) aprovou cinco resoluções relativas ao conflito na Faixa de Gaza, incluindo um texto solicitando um cessar-fogo imediato e um outro que pede pela suspensão de vendas de armas a Israel devido ao risco de genocídio no território.

A resolução sobre a proibição foi apresentada pelo Paquistão em nome dos Estados-membros da Organização da Cooperação Islâmica (com exceção da Albânia). Ela contou com um parecer favorável de 28 dos 47 membros do Conselho de Direitos Humanos - a incluir o Brasil. Seis deles, por sua vez, votaram contra, e 13 se abstiveram. 

O texto em destaque pede aos países que "cessem a venda, a transferência e o desvio de armas, munições e outros equipamentos militares para Israel", visando "evitar novas violações do direito humanitário internacional e violações e abusos dos direitos humanos".

Parecer do Brasil

Enquanto anunciava seu voto favorável à resolução, Tovar da Silva Nunes, representante permanente do Brasil junto à ONU, expressou que seu país considera "fundamental" que as violações do direito internacional estejam sujeitas à responsabilização, visando romper com o "ciclo implacável de violência e impunidade".

O representante também destacou o apoio do Brasil aos procedimentos na Corte Internacional de Justiça pela África do Sul, que acusa Israel de cometer genocídio na Faixa de Gaza. O cumprimento total das resoluções determinadas pela corte são importantes "para proteger e garantir os direitos dos palestinos no âmbito da prevenção e a punição do crime de genocídio", acrescentou.

Pressão internacional

No final de março, o Conselho de Segurança da ONU havia aprovado uma resolução exigindo um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, conforme apurado pela RT Brasil à época. Foram 14 os países que votaram em favor do documento, que não teve votos contrários. Os EUA foram os únicos a se absterem.

Poucos dias após a aprovação, contudo, Tel Aviv aprovou planos operacionais para o avanço da operação militar terrestre em Rafah, ao sul do território. ''Nada nos deterá, nem os EUA, nem qualquer outra pressão", afirmou o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu no domingo. 

Na quinta-feira, frente à persistência do Governo israelense, o presidente dos EUA, Joe Biden, realizou uma mudança significativa em seu tratamento com Israel através de uma conversa telefônica com Netanyahu. "Biden enfatizou que os ataques a trabalhadores humanitários e a situação humanitária em geral são inaceitáveis" e deixou claro que o futuro do apoio militar norte-americano ao país dependerá de medidas de proteção aos civis, de acordo com um comunicado da Casa Branca.