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China cria os primeiros chips de IA com baixo consumo de energia do mundo

Um dos circuitos eletrônicos detecta sinais de convulsão em epilépticos, enquanto o outro identifica a voz de um usuário de dispositivo inteligente em ambientes ruidosos.
China cria os primeiros chips de IA com baixo consumo de energia do mundoGettyimages.ru

Uma equipe de cientistas da Universidade de Ciência e Tecnologia Eletrônica da China (UESTC) desenvolveu os circuitos eletrônicos de inteligência artificial (IA) mais eficientes em termos de energia já criados, noticiou o South China Morning Post.

Os chips convencionais apresentam um alto consumo de energia ao iniciar um determinado processo, o que leva a uma diminuição de sua eficiência energética. No caso dos chips de IA, eles exigem uma quantidade ainda maior de energia elétrica, devido à alta demanda de recursos computacionais que empregam ao processar tarefas específicas.

Essa condição faz com que as aplicações desses dispositivos em ambientes do mundo real sejam limitadas. No entanto, os pesquisadores da UESTC conseguiram reduzir significativamente o consumo de energia de seus circuitos de IA por meio de algoritmos e otimização arquitetônica de seus componentes.

Os cientistas chineses apresentaram os recursos de duas de suas invenções inovadoras na Conferência Internacional de Circuitos de Estado Sólido (ISSCC), realizada em fevereiro passado em São Francisco, EUA.

Características dos novos chips

O primeiro dos dois chips de IA foi projetado para ser integrado a dispositivos inteligentes para permitir o controle por voz sem a necessidade de estarem conectados à Internet. O dispositivo pode detectar palavras-chave, bem como verificar a identidade do usuário reconhecendo sinais de voz, mesmo em ambientes ruidosos.

Os especialistas destacaram que o chip consome menos de 2 microjoules por instância de reconhecimento de voz, alcançando uma precisão de mais de 95% em ambientes silenciosos e 90% em ambientes barulhentos, estabelecendo novos padrões mundiais de "eficiência energética e precisão".

O segundo chip foi projetado para detectar sinais de convulsão em pessoas com epilepsia usando a tecnologia de reconhecimento de ondas cerebrais eletroencefalográficas. Os pesquisadores empregaram um algoritmo de treinamento de disparo zero para atingir uma taxa de precisão de 98% sem a necessidade de coletar uma grande quantidade de dados de convulsões dos pacientes.

O dispositivo tem o design mais eficiente do mundo em termos de energia, consumindo cerca de 0,07 microjoules ao reconhecer sinais de convulsão. Isso foi obtido com o aprimoramento do mecanismo de extração de funções e do mecanismo de aprendizado. "Esse chip também tem aplicações potenciais além da detecção de convulsões, incluindo outras interfaces cérebro-computador e monitoramento do sono", enfatizaram os cientistas.