Kremlin: As declarações dos EUA sobre ataque em Moscou servem apenas para "desviar a atenção"
Ao insistir em sua versão sobre o ataque terrorista perto de Moscou na sexta-feira passada, os Estados Unidos estão tentando desviar a atenção da opinião pública internacional, afirmou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov.
"Se ainda não estamos em condições de apresentar uma única versão, porque a investigação ainda está em andamento, é certamente estranho, para dizer o mínimo, que os norte-americanos estejam tomando a liberdade de declarar que existe uma única versão. Isso, é claro, sugere que, no mínimo, querem desviar a atenção de alguma coisa", declarou o porta-voz ao Izvestia.
Quanto ao contexto adicional das declarações dos EUA, da Ucrânia e de outros países sobre o ataque terrorista, Peskov recomendou ter "um pouco de paciência" para esperar até que os serviços especiais e os órgãos de investigação da Rússia cheguem a conclusões definitivas, com base nos fatos.
Após o ataque, que, de acordo com os últimos dados, deixou 143 mortos e dezenas de feridos, Washington descartou qualquer envolvimento da Ucrânia, promovendo o Estado Islâmico como o único possível autor.
A esse respeito, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, comentou na quarta-feira que, com essa posição, os EUA "se desmascararam". "Eles não pediram uma investigação, começaram a tirar a Ucrânia de cena", disse ela, insistindo que o "envolvimento [dos EUA] nessa história é óbvio".
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, afirmou em uma coletiva de imprensa em 26 de março que as autoridades russas investigarão o que aconteceu por conta própria, sem a ajuda do Ocidente e seus "duplos padrões".
O chefe do Serviço Federal de Segurança (FSB, em suas siglas em russo), Alexander Bortnikov, apoiou na terça-feira a ideia de um possível envolvimento da Ucrânia, dos EUA e do Reino Unido no ataque terrorista ao Crocus City Hall.
- As autoridades russas prenderam oito pessoas suspeitas de envolvimento no ataque. Entre eles um é cidadão russo originário do Quirguistão e sete são cidadãos do Tadjiquistão.