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'China e Brasil devem fortalecer solidariedade e cooperação', afirma chanceler chinês

Em encontro com Celso Amorim, Wang Yi defendeu papel conjunto dos países na promoção da paz e do progresso global.
'China e Brasil devem fortalecer solidariedade e cooperação', afirma chanceler chinêsEmbaixada da China no Brasil/Reprodução

Após encontro com Celso Amorim, assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no âmbito da cúpula de chanceleres do BRICS, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, afirmou que, em um cenário internacional marcado por incertezas, China e Brasil devem fortalecer a solidariedade e a cooperação.

Ademais, o funcionário de alto escalão declarou ser necessário que os países cumpram sua responsabilidade internacional e contribuam para o desenvolvimento e a paz mundial.

A reunião ocorreu no contexto de uma aproximação crescente entre os dois países, sobretudo no comércio de grãos e carnes, áreas em que o Brasil vem ganhando espaço no mercado chinês devido às tensões comerciais entre Pequim e Washington.

Em meio à guerra comercial, autoridades chinesas afirmaram que produtos agrícolas dos Estados Unidos, como soja, milho e sorgo, "podem ser facilmente substituídos". A declaração foi feita por Zhao Chenxin, vice-diretor da Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma.

Além da soja, a China cancelou recentemente a compra de toneladas de carne suína dos Estados Unidos, o maior volume suspenso desde 2020, abrindo espaço para exportadores brasileiros. O Brasil, segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, tem plena capacidade de suprir essa demanda e se consolidar como "grande fornecedor".

A disputa tarifária teve início com a decisão do presidente Donald Trump de elevar em até 245% as tarifas sobre produtos chineses. Em resposta, Pequim aumentou em 125% as taxas sobre mercadorias dos EUA. O movimento levou o Brasil a superar os Estados Unidos como principal fornecedor de alimentos para a China.

No âmbito dos BRICS, Brasil e China também firmaram compromissos voltados à segurança alimentar e à recuperação de áreas degradadas, por meio de ações coordenadas de conservação do solo e uso racional da água.