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Argentina tomará medidas contra a Venezuela por bloquear a passagem aérea de suas aeronaves

O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, considerou a medida de Caracas prejudicial ao seu país.
Argentina tomará medidas contra a Venezuela por bloquear a passagem aérea de suas aeronavesGettyimages.ru / Fabrizio Gandolfo / SOPA Images / LightRocket

O Governo da Argentina afirma que o Governo venezuelano emitiu uma ordem que proíbe que aviões com matrícula argentina provenientes do país do Cone Sul cruzem seu espaço aéreo.

Em vista disso, Buenos Aires iniciou "ações diplomáticas contra o Governo venezuelano", disse o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, na terça-feira, embora não tenha especificado quais medidas foram tomadas.

O funcionário considerou que a decisão de Caracas é prejudicial a seu país. Ele ressaltou que a proibição se aplica a "qualquer aeronave argentina" e não apenas à Aerolíneas Argentinas, como havia sido especulado anteriormente.

"A proibição não é apenas para a Aerolíneas Argentinas, mas para todas as aeronaves com matrícula argentina; vários voos particulares já tiveram esse problema", confirmaram fontes do Ministério das Relações Exteriores da Argentina ao El Cronista.

A decisão fez com que, por exemplo, os voos da Aerolíneas Argentinas para Punta Cana (República Dominicana) e Nova York (EUA) fossem desviados e passassem pela Guiana.

Em vista dessa situação, a Chancelaria argentina enviou duas notas de protesto a Caracas. Também anunciou que enviará uma carta à Organização da Aviação Civil Internacional (OACI), um órgão das Nações Unidas que ajuda os países a cooperar entre si e compartilhar seus céus para benefício mútuo.

Uma medida recíproca?

Embora as razões para a decisão de Caracas não tenham sido esclarecidas, a mídia argentina diz que é devido ao que aconteceu com a aeronave venezuelana pertencente à Empresa de Transporte Aerocargos del Sur (Emtrasur S.A.), uma subsidiária da empresa estatal venezuelana Consorcio Venezolano de Industrias Aeronáuticas y Servicios Aéreos S.A. (Conviasa).

Trata-se de um Boeing 747-300, código de chamada YV 3531, que foi confiscado na Argentina e enviado aos EUA em 12 de fevereiro, com a autorização expressa do Governo de Javier Milei.

Caracas então descreveu o sequestro da aeronave como "roubo flagrante" e denunciou a Argentina e os EUA por "violar artisticamente todas as regras que regem a aeronáutica civil", bem como os direitos comerciais, civis e políticos da Emtrasur, "colocando em risco a segurança aeronáutica na região".

No final de fevereiro, soube-se que o avião foi sucateado nos EUA e, na ocasião, a Venezuela rejeitou "categoricamente" o que descreveu como "ações de vandalismo" por parte de Washington.