Notícias

Exército francês treina para combater "um adversário como a Rússia"

O objetivo do treinamento é preparar as tropas para um conflito de alta intensidade, segundo o Politico.
Exército francês treina para combater "um adversário como a Rússia"Gettyimages.ru / Mateusz Slodkowski/DeFodi Images News

Depois de passar as últimas décadas lutando em campanhas de contra-insurgência na África e no Oriente Médio, as tropas francesas estão agora se preparando para um novo conflito militar de alta intensidade na Europa, revelou o Politico.

O coronel Axel Denis, que chefia o Centro de Treinamento de Combate (CENTAC) em Mailly-le-camp, no leste da França, falou à mídia norte-americana sobre o treinamento semelhante ao de combate a que suas tropas são submetidas diante da ameaça que, segundo ele, o conflito na Ucrânia representa para a Europa.

"O mundo revelou sua verdadeira natureza: instável, perigoso, e nem todo mundo é amigo. Estamos nos preparando para uma cultura de alerta, de estarmos prontos a curto prazo", declarou do acampamento militar. "O CENTAC é o único lugar [na França] onde se pode ver como é a guerra", disse. 

A mídia informa que as condições de treinamento das tropas no CENTAC, que cobre uma área de 120 quilômetros quadrados, maior que Paris, são as mais próximas possíveis das condições reais de combate. É também o único lugar no país onde a infantaria, os veículos blindados, a artilharia e os engenheiros, que normalmente estão dispersos por toda a França, realizam exercícios conjuntos.

"Um adversário como a Rússia"

Embora as autoridades do centro não mencionem os possíveis inimigos, o Politico afirma que o treinamento visa preparar as tropas para combater "um adversário como a Rússia".

No cenário de combate real projetado para as tropas francesas, o objetivo é analisar os erros táticos dos ucranianos e tentar evitar ataques frontais, que causam grandes baixas e não conseguem repelir o inimigo. "Não estamos na mesma situação que a Ucrânia, mas fazemos parte de uma coalizão, e isso implica obrigações. A ideia de confiança na defesa coletiva, especialmente na OTAN, é importante", acrescentou Denis.

Na semana passada, o presidente francês Emmanuel Macron sugeriu a possibilidade de enviar tropas para o território ucraniano. No entanto, observou que não havia consenso sobre essa solicitação "de forma oficial, assumida e endossada".

Recentemente, Macron garantiu que não planeja enviar soldados franceses para a Ucrânia em um futuro próximo. Tal iniciativa já foi excluída pela Alemanha, Reino Unido, Espanha, Itália, Suécia e Canadá, entre outros países da Aliança.