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Carlson: Eleição brasileira "foi fraudada, com a ajuda da CIA"

Jornalista norte-americano trouxe Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo ao seu programa de entrevistas.
Carlson: Eleição brasileira "foi fraudada, com a ajuda da CIA"Gettyimages.ru / Janos Kummer / Stringer

Eduardo Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, e o comunicador Paulo Figueiredo foram entrevistados pelo jornalista norte-americano Tucker Carlson em um programa publicado na quinta-feira. 

À sua audiência internacional, Carlson introduz as duas personalidades como "vítimas" do Governo Lula, apresentado como um "estado policial" que "prende dissidentes".

As alegações são feitas com base na condutas do Judiciário brasileiro e sobretudo do ministro Alexandre de Moraes, que conforme enfatizado pelos entrevistados, penalizam figuras que questionam a lisura de instituições e do processo eleitoral ou que realizam declarações consideradas antidemocráticas.

O norte-americano sugere, repetidas vezes, que a Administração Biden não se posiciona em respeito às supostas violações à democracia porque as eleições presidenciais que elegeram Lula da Silva foram "obviamente fraudadas", e "com ajuda da CIA"

"Juristocracia"

Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, ao longo de suas entrevistas conduzidas separadamente, mencionam comunicadores como Rodrigo Constantino e Allan dos Santos, que estariam morando nos EUA em função do medo de ser preso em virtude de "crimes de opinião" em uma "juristocracia".  

O filho do ex-presidente revelou, inclusive, que trabalha com parlamentares republicanos e tem a expectativa de conseguir uma audiência no Congresso americano, objetivando "mostrar o que está acontecendo" no Brasil. 

Figueiredo chega a usar o exemplo de sua própria experiência pessoal como argumento. Ele afirma que teve o seu passaporte confiscado, suas contas bancárias congeladas e redes sociais suspensas pela Justiça brasileira enquanto trabalhava como comunicador em uma emissora no país. "Até 2020, as únicas pessoas que tinham o passaporte confiscado eram traficantes internacionais de droga", disse.

Ele afirma ainda que nunca soube o motivo exato das acusações feitas contra ele, em referência à prática de Moraes de manter dados sobre os processos sob sigilo de justiça. 

China como parte interessada

Eduardo Bolsonaro, durante a conversa, qualificou Lula como um "comunista à moda antiga". Ele afirmou que durante seu Governo, a China pode "fazer o que quiser" no Brasil, tendo obtido acesso a recursos nacionais importantes durante os mandatos do atual presidente.

"Não é uma coincidência que durante seu segundo mandato, a China se tornou, depois de talvez um século, o principal parceiro comercial do Brasil. Ao longo de toda a história, costumava ser os Estados Unidos".

Na mesma linha, o norte-americano aponta para um grande interesse dos chineses nos recursos brasileiros, sobretudo no setor "infraestrutural", "energético" e também nos "recursos naturais". Também apresentou Pequim como "um grande problema na campanha" de Jair Bolsonaro.

Justificando os interesses da Administração Biden em supostamente intervir para eleger um Governo pró-Pequim, o filho do ex-presidente mencionou uma suposta "conexão de loucura" e afinidade entre as lideranças "de ideologia de esquerda"