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Província argentina cortará produção de petróleo e gás em meio a conflito com Milei
"Peço ao Governo Federal que baixe um pouco a bola, que acalme os ânimos. Não é hora de vilões e mocinhos. Os argentinos precisam de líderes com racionalidade", declarou o governador local.
As autoridades da província argentina de Tierra del Fuego anunciaram que suspenderão a produção de gás e petróleo por 24 horas na quarta-feira em protesto contra o corte nos fundos nacionais decidido pelo Governo Federal de Javier Milei, informou o La Opinión Austral.
O governador da Tierra del Fuego, Gustavo Melella, anunciou a medida na segunda-feira de acordo com as restantes províncias de Patagônia e em apoio ao seu colega de Chubut, Ignacio Torres, que está em desacordo com o presidente sobre a atribuição de fundos de coparticipação. Com o objetivo de alcançar o "déficit zero", a Casa Rosada suspendeu o envio de recursos principais para os distritos.
"Todas as províncias patagônicas vão nos apoiar, mas esperamos que haja um caminho de diálogo de aqui até a quarta-feira. Peço ao Governo Federal que baixe um pouco a bola, que acalme os ânimos. Não é hora de vilões e mocinhos. Os argentinos precisam de líderes com racionalidade, que todos tenhamos de renunciar à alguma coisa, mas não dessa maneira", afirmou Melella durante um ato oficial.
O mandatário da Tierra del Fuego questionou o chefe de Estado por sua postura de confronto com as províncias e sua posição intransigente em relação ao corte de fundos usados pelаs administrações locais para educação ou transporte.
"Aqueles de nós que votaram em um ou em outro queriam uma Argentina de paz, não de confrontos e provocações. O que está acontecendo com Chubut, independentemente onde ele pertença ou não, é colocar uma província sob controle e cortar fundos, não para um governador, mas para o povo", sublinhou Melella. E afirmou que a decisão do Governo Federal "põe em xeque" as províncias.
Reação da Patagônia
No último sábado, em uma reunião virtual, os governadores das províncias da Patagônia discutiram a suspensão da produção de petróleo e gás a partir de quarta-feira e "definiram uma estratégia conjunta para proteger a coparticipação por meio de uma lei".
Em um comunicado conjunto, os governadores argumentaram que em fevereiro, o Ministério da Economia "reteve ilegalmente 16,5 bilhões [de pesos, cerca de 19,5 milhões de dólares], mais de um terço de sua coparticipação mensal" de Chubut. "Se o Ministério da Economia não der a Chubut seus recursos, então Chubut não entregará seu petróleo e gás", ameaçou Ignacio Torres.
O Governo federal respondeu através de um posterior comunicado do Gabinete do Presidente, que agravou o conflito. No texto, foi instado que o governador Torres "cumpra sua ameaça imediatamente" e se encarregue das "consequências na justiça".