Maduro denuncia tentativa de submissão da Venezuela aos EUA por extrema direita

Presidente da Venezuela afirma que forças internas e externas buscam entregar a soberania do país aos Estados Unidos, mas garante resistência popular.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu na quarta-feira que dentro e fora do país há representantes da extrema direita que agem "como vassalos e vassalas" e fazem todo o possível para entregar a soberania e a independência venezuelanas aos EUA.

"Há aqueles que agem como vassalos, como escravos, e rastejam até os gringos para pedir agressões econômicas, sanções, invasões e entregar a Venezuela [...] ao império norte-americano como uma possessão, como uma base de dominação", afirmou Maduro durante um evento político em Caracas, para a instalação da Comissão Nacional Eleitoral, que organizará a eleição de juízes de paz.

O líder venezuelano indicou que esse setor interessado em entregar a Venezuela aos EUA tem sido historicamente relacionado à oligarquia e "aos sobrenomes" de bilionários e elites estrangeiros. "

Há aqueles que promovem uma regressão aos tempos coloniais, que acabemos sendo vassalos, arrastados sob as ordens dos bilionários e das elites gringas", declarou.

Por essa razão, afirmou que as forças revolucionárias da Venezuela têm agora "a tarefa de construir um novo Estado" que estabelecerá "novas bases e uma nova sociedade de iguais, de pessoas livres, em um país soberano e independente".

"Temos uma carta de independência e soberania para construir, por meio de ordens constitucionais e populares, um novo Estado, uma nova sociedade, um novo país", enfatizou o presidente.

No entanto, ressaltou que ainda existem "apátridas que, da Venezuela, de Miami e de outros lugares, levantam as bandeiras da autodestruição venezuelana, da agressão gringa contra a Venezuela" e do colonialismo, apesar de estarmos no século 21.

"Eles vão se arrepender"

Maduro acrescentou que, apesar das constantes ameaças contra a Venezuela por parte da extrema direita local e estrangeira, o erro de seus detratores sempre foi subestimar o povo venezuelano e o poder cívico, militar e policial.

O presidente enfatizou que, embora "a elite imperialista dos EUA" insista em querer mudar o país por meio de sua aliança com "uma corrente fascista, criminosa" e "assassina" que quer entregar a independência da Venezuela, não serão eles que farão "as mudanças de que o país precisa".

"Eles querem impor um novo 'Carmonazo'", disse Maduro, referindo-se ao golpe de 2002 contra o então presidente Hugo Chávez, que impôs, por algumas horas, o governo de fato de Pedro Carmona Estanga.

"Para aqueles que querem um novo Carmonazo e acreditam e se sentem embriagados pelo poder, com o apoio da elite imperialista dos EUA, eu apenas digo: não subestimem o povo venezuelano, não subestimem o poder que nossa fusão popular, militar e policial tem aqui na Venezuela e neste continente. Eles se arrependerão se mexerem com o que a Venezuela tem de mais sagrado: sua Constituição, a paz e seu povo", concluiu.