Evangélicos no Brasil: da esperança ao consolo - RT Reporta

O avanço implacável das igrejas evangélicas no Brasil é um fenômeno que a classe política tem observado com atenção. E com razão: com uma mensagem em que as promessas de esperança se misturam ao elogio da prosperidade material, suas reuniões multitudinárias conseguem direcionar vontades e movimentar dinheiro. Some-se a isso o gosto de alguns líderes espirituais pelas câmeras e pelo marketing, e a influência está garantida: uma comunidade conservadora capaz de alterar os rumos de todo um país.

Hoje o quadro sócio-político e religioso do Brasil está passando por uma transição com a igreja evangélica conquistando corações de milhões de brasileiros e ocupando uma posição cada vez mais forte nas estruturas de poder do país.

O catolicismo, que por várias décadas tem sido a religião predominante no país sul-americano, vem perdendo terreno. Projeta-se ainda que o número de evangélicos vai empatar com o de católicos até 2030, segundo Jair Alves, coordenador estadual do núcleo de evangélicos do PT, ouvido pela RT.

A razão da perda da popularidade pelas igrejas católicas no país é a maior distância que tem com o povo e incapacidade de perceber a contribuição dos fiéis no seu desenvolvimento. Ao contrário, devido à baixa burocracia e uso de métodos mais modernos, o cristianismo evangélico, que chegou ao Brasil no século XIX, está crescendo rapidamente por todo o país, indicou o coordenador do Centro de Fé e Cultura, Francisco Borba.

Comunicação com povo

Os meios de comunicação foram uma ferramenta importante que deu impulso significativo ao cristianismo evangélico e, em especial, o neopentecostalismo.

Nessa área, as maiores igrejas neopentecostalistas criaram redes de TV e rádio com ajuda do povo para divulgar sua mensagem para os cantos mais distantes do país e do mundo.

Processo político

A transição religiosa é bem visível no processo político do Brasil, com a bancada da Bíblia ocupando um espaço significativo no Legislativo e outras estruturas do poder, sendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e sua esposa Michelle os exemplos da tendência.

Mesmo que a orientão política da maioria dos evangélicos seja atribuída ao conservadorismo, o nível da politização causou divisões entre eles, levando grupos religiosos a criarem suas próprias comunidades em casas, e se vincularem à campos mais progressistas do país.