Narcocultura: lucro e mitos - RT Reporta

Admirado por uns, odiado por outros e temido por muitos. Décadas se passaram desde a morte de Pablo Escobar, um dos maiores narcotraficantes da história, mas sua lembrança continua mais viva do que nunca na Colômbia, onde cada vez mais ele é envolto em mitos. A cultura narco penetrou em Medellín, que oferece ao turismo rotas e produtos relacionados ao chefe do tráfico. Agora, a população se divide entre aqueles que desejam livrar-se desse estigma e os que glorificam um verdadeiro ícone do mal.

A cidade colombiana de Medellín trava hoje uma batalha simbólica contra o legado de Pablo Escobar

Embora a cidade seja reconhecida como exemplo de transformação urbana, a imagem do ex-chefão do tráfico ainda gera lucro: na Comuna 13 — área sem vínculo direto com a história do cartel — milhares de turistas compram itens como bonés, camisetas e imãs com o rosto do narcotraficante.

O fenômeno da 'escobaria' no turismo

Vendedores locais, como Leonardo Hernández e Adriana Agudelo, afirmam que os produtos relacionados a Escobar representam a maior parte de sua renda diária, enquanto outros, como Marina Villegas, esperam que esses artigos desapareçam.

O Parlamento da Colômbia, por sua vez, discute uma proposta de lei para proibir a venda de artigos que façam apologia a condenados por narcotráfico, com o representante Cristian Avendaño destacando a necessidade de focar em aspectos mais positivos da história do país.

A tensão entre comércio e memória é refletida no museu dirigido por Laura Escobar, sobrinha de Escobar, que denuncia as inverdades das produções televisivas, além de mostrar o sofrimento das famílias afetadas pela violência.