
Tarifaço de Trump: uma economia americana com mais inflação e menos crescimento - Entrevista RT
Em entrevista exclusiva à RT, Igor Rocha, economista-chefe da Federação de Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), abordou os principais desafios enfrentados pela indústria brasileira diante do tarifaço imposto pelos Estados Unidos e as perspectivas para o setor industrial no país.
Rocha destacou que, embora cerca de 700 produtos tenham sido excluídos da tarifa adicional de 50% dos EUA, o impacto econômico ainda é significativo, especialmente para o estado de São Paulo, maior exportador do Brasil. Setores como máquinas agrícolas, móveis, pescados e café enfrentam dificuldades, com algumas empresas adotando férias coletivas devido à queda nas vendas.

Sobre o tarifaço, o economista classificou a medida como um "tiro no pé" para os Estados Unidos, pois pode agravar a inflação e desacelerar a economia americana. Para o Brasil, a saída está na diversificação dos mercados, com foco especial nos países do BRICS e na Ásia, que apresentam complementaridade econômica e potencial para absorver as exportações brasileiras.
Além disso, Igor Rocha comentou sobre o programa "Jornada de Transformação Digital" e o "Nova Indústria Brasil", iniciativas que buscam modernizar o setor industrial e aumentar a produtividade. No entanto, ressaltou que a alta taxa de juros no Brasil — atualmente em torno de 15% — representa um grande desafio, especialmente para a indústria de transformação, que é mais sensível a esses custos financeiros.
O economista apontou que as distorções econômicas, como subsídios setoriais e desigualdades regionais, dificultam a eficácia da política monetária e a recuperação sustentável do crescimento econômico. Ele enfatizou a necessidade de regras mais equitativas para todos os setores, visando um ambiente mais competitivo e produtivo.




