
Democracia racial no Brasil: mito ou esperança? - Entrevista RT
No Brasil, o país com a maior população negra fora da África, nunca houve democracia racial, afirmou Dennis de Oliveira, jornalista brasileiro, em entrevista à RT.
Para ele, a democracia racial é o mito que até tem dificultado as políticas que superem o racismo, cuja abolição ficou incompleta no Brasil.
Racismo estrutural: o que é e como se manifesta
Segundo Dennis de Oliveira, a raça não é um conceito biológico, e sim social, construído na época da colonização das Américas.
Naquele tempo, as nações europeias saíram na frente na construção do capitalismo explorando outros países, e, até agora, os povos latino-americanos e africanos continuam subordinados à Europa, afirmou o jornalista.

Abordando o assunto do racismo estrutural, ele observou que é esse conceito que legitima a hierarquia mundial, colocando a América Latina como uma região marginalizada.
Nesse contexto, Oliveira destacou as dificuldades de criar democracia em periferia, especialmente em termos de todos serem iguais perante a lei, mas observou que as iniciativas do governo atual estão fortalecendo a agenda.
Racismo na América Latina
Para o jornalista, o Brasil deveria ter uma maior articulação com a América Latina, enquanto que na realidade o país tem mais influência dos EUA na questão racial, mesmo que existam muitas diferenças na experiência brasileira e norte-americana.
"A luta contra o racismo na América Latina se conecta com a luta pela soberania nacional. É uma luta anti-imperialista", afirmou.
Imprensa brasileira e regulamentação das redes
Falando da imprensa brasileira, o jornalista destacou o problema da visível influência das pautas e atitudes norte-americanas.
"As empresas de comunicação no Brasil têm um alinhamento quase que automático com a agenda ocidental e norte-americana", observou, citando a abordagem dos conflitos em Gaza e entre Rússia e Ucrânia.
Ele também enfatizou a importância de regulamentação das redes, denunciando as empresas de tecnologia por desestabilizar esse processo.
Falando das alternativas e caminhos de mudança, Oliveira sublinhou o papel do BRICS que, segundo ele, é um caminho para a construção de alianças com o objetivo de desenvolver "alternativas tecnológicas".





